Pesca, o grande ponto de discórdia nas discussões pós-Brexit
Londres, 29 Nov 2020 (AFP) - A pesca prossegue como um grande ponto de discórdia nas discussões pós-Brexit, afirmou neste domingo (29) o ministro britânico das Relações Exteriores, Dominic Raab, em um momento crítico das negociações.
"Acredito que nossa posição é razoável, temos que encontrar um acordo", declarou ao canal Sky News, antes de destacar "um progresso em direção a um respeito maior à posição do Reino Unido".
"Na pesca, há um ponto de princípio: quando deixarmos a UE, seremos um Estado costeiro independente e temos que ser capazes de controlar nossas águas", acrescentou.
As discussões foram retomadas neste domingo entre os negociadores europeu e britânico, Michel Barnier e David Frost, respectivamente.
"O trabalho continua, inclusive no domingo", declarou Barnier à imprensa.
Restam poucos dias a Londres e Bruxelas para tentar concluir um tratado de livre comércio que possa entrar em vigor a partir de 1 de janeiro, quando chegará ao fim o período de transição que começou em 31 de janeiro de 2020. data oficial do Brexit.
Diante de uma eventual falta de acordo neste prazo, a relação comercial entre as partes será administrada pelas regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), o que é sinônimo de cotas e tarifas alfandegárias. Este cenário deixaria as duas partes expostas a um novo 'choque' econômico, que seria adicionado ao provocado pela pandemia de covid-19.
De acordo com fontes europeias, Barnier propôs que a UE restitua entre 15% e 18% do total da cota europeia de pesca em águas britânicas e, de maneira simétrica, o mesmo aconteça com a cota dos britânicos para pescar no Oceano Atlântico e no golfo de Vizcaya.
Mas uma fonte do governo britânico, citada pela agência de notícias PA, chamou os números de "risíveis" e afirmou que os europeus "sabem muito bem que jamais aceitaríamos isto". "Parece que a Comissão (Europeia) não está assumindo a amplitude das mudanças necessárias, já que estamos nos tornando uma nação independente", completou a fonte.
"Esperamos que a UE apresente novas ideias, pois o que vi até agora não é suficiente", destacou outra fonte próxima às negociações, também citada pela agência PA.
"Eles têm que entender que não vamos vender nossa soberania", completou.
Ao chegar a Londres na sexta-feira à noite, Barnier declarou que que continuará trabalhando com "paciência e determinação".
As discussões presenciais foram retomadas no sábado, depois que o negociador europeu teve que permanecer em isolamento por alguns dias devido a um caso de covid-19 detectado em sua equipe.
spe/oaa/age/mis/fp
GASCOGNE
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