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Espanha realiza primeiras eleições desde início da pandemia, mas proíbe contaminados de irem votar

12/07/2020 11h14

As regiões espanholas da Galícia e do País Basco comparecem às urnas neste domingo (12) para eleições regionais atípicas, com medidas reforçadas de higiene e centenas de eleitores excluídos por estarem contaminados pelo coronavírus.
 

De acordo com os governos das duas regiões, 420 eleitores - de um total de 4,48 milhões registrados para renovar os respectivos parlamentos - não podem votar neste domingo em nome da prevenção. O Executivo basco afirmou que se as pessoas saíssem de casa para votar estariam cometendo um "delito contra a saúde pública".

"Estas pessoas não devem ir votar porque têm uma doença contagiosa", afirmou, em referência a sua região, o presidente do governo da Galícia, Alberto Núñez Feijóo.

As eleições das duas regiões deveriam ter acontecido em 5 de abril, mas foram adiadas devido ao avanço da doença no país. A Espanha contabiliza oficialmente mais de 28.400 óbitos.

Após alguns meses, o ritmo de contágios e de mortes caiu consideravelmente, mas nos últimos dias foram registrados vários focos da doença no país. Um deles, na Galícia, levou as autoridades a determinar o confinamento durante os últimos cinco dias de uma comarca de 14 municípios, enquanto no País Basco as autoridades monitoram novos casos de coronavírus na localidade de Ordizia.

Medidas reforçadas contra a Covid-19

As autoridades repetiram durante a campanha que não havia risco para os cidadãos irem votar. As medidas de higiene foram reforçadas para as eleições: o uso de máscaras é obrigatório para os votantes e mesários. 

Além disso, não é necessário entregar o documento nacional de identidade, apenas apresentá-lo nos centros de votação. Os eleitores também precisam respeitar o distanciamento físico.

A abstenção, em uma Espanha ainda traumatizada pela pandemia do coronavírus, é a grande incógnita das eleições, que devem ter repercussões no cenário nacional.

O conservador Partido Popular (PP), oposição ao governo central e estagnado nas pesquisas, espera vencer novamente em seu reduto na Galícia, onde Núñez Feijóo governa desde 2009. 

Já no País Basco, o Partido Nacionalista Basco (PNV) espera uma nova vitória, que significará a permanência do presidente regional Íñigo Urkullu. No entanto, as pesquisas descartam a possibilidade de maioria absoluta e os nacionalistas teriam que repetir a atual coalizão de governo com os socialistas.

Uma vitória clara fortalecerá o PNV na exigência de mais autonomia em relação ao governo central do primeiro-ministro socialista Pedro Sánchez, minoritário no Parlamento nacional e que depende do apoio de aliados exigentes como os nacionalistas bascos.

(Com informações da AFP)

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