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Europeus querem criar aplicativo que rastreia contaminados pela Covid-19 e isola contatos

02/04/2020 11h10

Um grupo de cientistas e especialistas europeus em tecnologia anunciou nesta quarta-feira (31) o lançamento de um programa para desenvolver um aplicativo de rastreamento de pessoas contaminadas pelo coronavírus. O objetivo é avisar as pessoas que tiveram contato com casos positivos, para controlar a propagação da Covid-19. A medida poderia ser adotada depois da flexibilização do confinamento, adotado em diversos países, que deve durar pelo menos 45 dias. Outros países testam iniciativas parecidas.

A equipe é formada por 130 pesquisadores de oito países, entre eles a França, que deve lançar até o dia 7 de abril a plataforma PEPP-PT (Pan-European Privacy Preserving Proximity Tracing), que vai permitir a criação de aplicativos com a tecnologia "contact tracking".

O método consiste em traçar o histórico de um paciente contaminado e identificar todas as pessoas com quem ele teve contato, inclusive em outros países. "Nosso objetivo é dar uma forma aos componentes digitais de base na luta mundial contra o Covid-19", declarou Hans-Christian Boos, consultor do governo alemão e fundador de Arago, uma empresa de automatização.

A possibilidade de acompanhar de maneira mais eficaz as pessoas com resultado positivo para o coronavírus é uma das pistas analisadas pelos governos europeus para aliviar as medidas de confinamento, que afetam a economia mundial. A epidemia já contaminou mais de 900.000 pessoas no mundo e matou cerca de 42.000 pessoas.

Autoridades avisam internautas que tiveram contato com Covid-19 positivo

Segundo o consultor, a plataforma integra uma ferramenta de traçabilidade que respeita a confidencialidade e o Regulamento Europeu sobre a Proteção de Dados (RGPD), que também pode ser aplicado em outros países. A ideia é utilizar a tecnologia Bluetooth para celulares de maneira anônima e na base do voluntariado, o que evitaria o uso de dados pessoais de localização sem a autorização dos usuários. O aplicativo vai estocar, através de dados criptografados, as conexões entre celulares de maneira temporária, e não no servidor central, durante duas semanas.

Apenas as autoridades locais poderão baixar os dados que permitem informar as pessoas que estiveram em contato com alguém contaminado e correm o risco de contrair a doença, determinando ou não o isolamento. Tecnicamente, esse rastreamento é parecido com o utilizado pelo aplicativo Trace Together, lançado em Singapura, que consiste em usar o bluetooth para prevenir alguém se esteve em contato com um paciente positivo.

Segundo Thomas Wiegand, diretor do Instituto Fraunhofer Herinrich Hertz, de Berlim, o dipositivo vai permitir o acompanhamento de um paciente portador da Covid-19, sintomático  ou não, fora de seu território .

Outras iniciativas vêm sendo testadas por start-ups na Europa, dirigidas pela companhia de gestão de dados Via e a empresa Wefox Group,que pretendem lançar na próxima  semana seu próprio aplicativo, chamado Healthy Together.

O Reino Unido também deve iniciar a fabricação de seu dispositivo em breve. No mês passado, o governo russo também decidiu desenvolver um sistema parecido.

Na França, o primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, anunciou nesta quarta-feira que o rastreamento celulares é uma possibilidade que não foi descartada pelo governo na contra a epidemia, depois do confinamento. A  prática é proibida no pais por razões ligadas à proteção das liberdades individuais.

 

 

 

 

 

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