Ex-presidente do Paraguai é alvo da Lava Jato
A operação batizada de Patron – "patrão' em espanhol, nome que seria utilizado por Messer para se referir a Cartes – é um desdobramento da operação Câmbio, Desligo, que ocorre no âmbito da Laja Jato. O mandado de prisão foi emitido pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. O ex-presidente teve ainda seu nome incluído na chamada difusão vermelha da Interpol.
A operação Patron ainda tem como alvo pessoas que ajudaram o doleiro a fugir ou ocultar seu patrimônio, inclui 37 mandados em São Paulo, Búzios, Rio de Janeiro e Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai. Ao todo, são 16 mandados de prisão preventiva, 3 de prisão temporária e 18 de busca e apreensão.
A operação resultou na prisão do doleiro Najun Azario Flato Turner em São Paulo. A PF também realizava buscas no bairro de Copacabana, na capital fluminense.
Messer era procurado desde maio de 2018, após o início da operação Câmbio, Desligo, por meio da qual foi constatado que doleiros teriam movimentado 1,6 bilhões de dólares em 52 países.
O doleiro é alvo de investigações policiais desde os anos 1980, em razão de movimentações financeiras suspeitas envolvendo empresários, políticos e criminosos. Na semana passada, o Messer teve um pedido de liberdade negado pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF)..
Sua associação com o ex-presidente paraguaio é monitorada por agências americanas há pelo menos duas décadas. A sociedade entre Cartes e Messer foi confirmada por um ex-parceiro do doleiro, Lucio Bolonha Funaro, encarregado da lavagem de dinheiro do grupo liderado pelo ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha.
Cartes, um dos empresários mais ricos do Paraguai, governou seu país durante cinco anos, até agosto de 2018. Sua eleição, em 2013, significou a volta do conservador Partido Colorado ao poder.
A legenda já havia dominado a política do país durante 60 anos, incluindo os 30 anos da ditadura do general Alfredo Stroessner. A hegemonia do partido foi interrompida somente em 2008, com a eleição do esquerdista Fernando Lugo à presidência, que acabaria sendo deposto em 2012.
Atualmente, Cartes é senador vitalício, cargo que a Constituição do Paraguai garante a todos os ex-chefes de governo. Ele também é o presidente do grupo Cartes, que reúne empresas produtoras de carnes, roupas, bebidas, cigarros e charutos e administra diversos centros médicos pelo país.
RC/ots
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