LA PAZ, 14 NOV (ANSA) - Um jovem de 20 anos foi morto nesta quinta-feira (14) na Bolívia durante confrontos entre a polícia e apoiadores do ex-presidente Evo Morales, um dia depois que a senadora opositora, Jeanine Añez, se autoproclamou presidente em meio à crise política no país. A vítima foi atingida com um tiro na cabeça enquanto manifestantes ocuparam o prédio da prefeitura de Yapacani, no departamento de Santa Cruz. No total, pelo menos 10 pessoas morreram desde o início dos protestos, sendo que oito foram atingidos por projéteis de armas de fogo. De acordo com a imprensa boliviana, diversos aviões militares chegaram a sobrevoar a capital do país na noite de ontem (13), depois que militantes detonaram explosivos em frente à sede do governo no centro de La Paz. Os cidadãos foram às ruas para exigir a renúncia de Añez. O estopim dos confrontos ocorreu enquanto o novo comando militar tomava posse. Añez também nomeou um gabinete de emergência, com 12 ministros, incluindo senadores do próprio partido, Unidade Democrata, que faz oposição à maioria representada pelo Movimento ao Socialismo (MAS), de Morales. Entre os novos ministros estão a diplomata Karen Longaric (Relações Exteriores); o advogado Jerjes Justiniano (Presidência); o senador Arturo Murillo (Governo); Luis Fernando López (Defesa); a jornalista Roxana Lizárraga (Comunicações); a ex-parlamentar María Elba Pinckert (Meio Ambiente); ministro Álvaro Coimbra (Justiça).
A Economia ficará a cargo de José Luis Parada, enquanto o ex-senador Yerko Núñez assumirá o ministério de Obras Públicas.
Já a pasta do Desenvolvimento Rural será liderada por Samuel Ordónez, enquanto a de Energia ficará com Álvaro Guzmán. Fronteira - Após a renúncia de Evo Morales, a fronteira entre Brasil e Bolívia, em Corumbá, foi liberada por manifestantes nesta quarta-feira (14), depois de mais de duas semanas de protesto. Ao todo, a proibição de tráfego de veículos entre os dois países durou 21 dias. Agora, será possível transitar pela via de acesso de Cáceres, na região de Corixa, a San Matias, no país vizinho. O fim da manifestação na região ocorreu depois que Morales renunciou e foi asilado no México. De acordo com as autoridades, o fechamento da fronteira provocou prejuízos no comércio de Corumbá. A Associação Comercial e Industrial do município informou que a perda é de R$ 300 mil diariamente. (ANSA)
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