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Maduro afirma que Justiça deve agir após autoproclamação de Guaidó

23/01/2019 19h28

Caracas, 23 jan (EFE).- O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta quarta-feira que os órgãos de Justiça do país devem "agir apegados à lei", depois que o opositor e chefe do parlamento, Juan Guaidó, se autoproclamou hoje como presidente em exercício em um ato diante de milhares de pessoas em Caracas.

"Os órgãos de Justiça devem agir apegados à lei e aos códigos da Venezuela, esse já é um assunto da Justiça para preservar o Estado, a ordem democrática e a lei venezuelana", disse Maduro diante de simpatizantes às portas do palácio presidencial de Miraflores.

"Qualquer um pode tomar posse como presidente? Ou é o povo venezuelano quem elege seu presidente?", perguntou o presidente aos seus apoiadores.

O Ministério Público venezuelano, ao qual mais cedo o Supremo Tribunal mandou proceder contra a direção do parlamento por usurpação das funções do Executivo, ainda não se pronunciou depois que Guaidó disse ter assumido as competências da presidência.

Além disso Maduro, no poder desde 2013, acusou o governo do presidente americano, Donald Trump, de dirigir "uma operação para impor" na Venezuela, através de um golpe de Estado, "um governo títere de seus interesses".

"Podemos os venezuelanos calar-nos enquanto Washington pretende impor um presidente na Venezuela? É uma gravíssima irresponsabilidade, é uma gravíssima insensatez da política extremista do governo de Donald Trump ", acrescentou.

A autoproclamação de Guaidó é outro capítulo da severa crise política e econômica que assola a Venezuela, e o maior ato de desconhecimento que o antichavismo fez do governo de Maduro.

A oposição reiterou que não reconhece a legitimidade do novo mandato presidencial de seis anos que Maduro jurou diante do Supremo há quase duas semanas.

O líder chavista venceu com folga os pleitos presidenciais de maio do ano passado, dos quais não participou a maioria da oposição que tachou as votações de fraudulentas.

Por esta razão, a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a União Europeia (UE), assim como vários governos da região, declararam que não reconhecem a legitimidade do segundo mandato de Maduro. EFE

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