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Equipe de diálogo do ELN espera que governo garanta retorno à Colômbia

21/01/2019 22h50

Havana, 22 Jan 2019 (AFP) - O Exército de Libertação Nacional (ELN) atacou uma escola de polícia na Colômbia em represália a ações militares do presidente Iván Duque, afirmou nesta segunda-feira (21), em Havana, o chefe da missão negociadora do grupo, Pablo Beltrán, que diz esperar que o governo garanta sua volta ao país após a ruptura do diálogo.

"Ninguém pode nos pedir que atemos os braços se nos atacam. Aspiro a que este ambiente se distensione e as negociações possam ser retomadas", disse Beltrán em entrevista à AFP.

Ele pediu que o governo "dê garantias para o retorno" da delegação à Colômbia em um prazo de 15 dias, conforme previsto no protocolo de ruptura de negociações.

Beltrán garantiu que o Comitê Central e a delegação do diálogo que está em Havana desde maio de 2018 ignoravam os planos contra a academia de polícia de Bogotá, onde a explosão de um carro-bomba matou 20 cadetes e o autor do ataque.

"Não (sabíamos), é claro. Estamos em Cuba há oito meses. Os planos das nossas Frentes na Colômbia não são nossa atribuição", disse Beltrán, que não responsabilizou qualquer grupo dissidente contrário às negociações de paz.

"Os acordos que firmamos nesta mesa foram totalmente cumpridos por todas as frentes do ELN. Há uma política de ficarmos na mesa, apesar dos ataques que recebemos e dos nossos ataques, que neste caso levam o governo a não vir à mesa".

"Estes ataques, desde que chegou o governo Duque, já recebemos muitos".

Após o atentado contra a academia da polícia, o presidente colombiano acabou com o diálogo de paz, que já estava suspenso desde sua posse, e pediu a Cuba a entrega dos membros da delegação do ELN.

Havana condenou o atentado e garantiu que jamais permitirá que seu território seja usado para organizar atos terroristas contra qualquer Estado, mas destacou que respeitará os protocolos firmados para o caso de ruptura.

Os protocolos determinam que os avalistas do diálogo devem coordenar o retorno da delegação do ELN no prazo de 15 dias a partir do anúncio do fim das conversações. Este prazo vence no dia 2 de fevereiro.

mav/rsr/mvv

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