Presidente colombiano anuncia encerramento do diálogo de paz com o ELN
Bogotá, 18 jan (EFE).- O presidente da Colômbia, Iván Duque, anunciou nesta sexta-feira a reativação dos mandados de prisão contra membros dos negociadores de paz da guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN) pelo atentado terrorista de ontem, em Bogotá, e pediu para Cuba, sede dos diálogos, que os tornam efetivos.
Em um discurso no país, Duque disse: "ordenei o levantamento da suspensão dos mandados de prisão aos dez membros do ELN que integravam a delegação deste grupo em Cuba e revoguei a resolução que criava as condições que permitam sua permanência nesse país".
"Isto significa o término imediato de todos os benefícios concedidos a eles no passado pelo Estado e a ativação das circulares vermelhas da Interpol", acrescentou o presidente, em um pronunciamento em rede nacional de dez minutos de duração.
Duque tomou esta decisão depois de analisar com o Conselho de Segurança Nacional e "com líderes da comunidade internacional" a situação gerada no país pelo atentado com um carro-bomba contra a Escola de Cadetes da Polícia que ontem deixou 21 mortos, incluindo do terrorista, e 68 feridos.
Hoje, o ataque foi atribuído pelo ministro da Defesa, Guillermo Botero, e o procurador-geral, Néstor Humberto Martínez, ao ELN do que, segundo asseguraram, fazia parte José Aldemar Rojas Rodríguez, identificado como o autor material do massacre ao dirigir um veículo com 80 quilos de explosivos.
"Basta, senhores do ELN. Basta de mortos, basta de sequestros e ataques ao meio ambiente, a Colômbia diz: chega", enfatizou Duque.
O presidente agradeceu a solidariedade expressa pelo governo cubano como resultado do atentado e pediu-lhe que "torne efetivas as prisões dos terroristas que estão em seu território e entregá-los para as autoridades colombianas".
Os diálogos de paz com o ELN foram iniciados pelo antecessor de Duque, Juan Manuel Santos, em fevereiro de 2017 em Quito, mas em maio de 2018 foram transferidos para Cuba, onde a última rodada de conversas foi concluída em agosto do ano passado.
Ao assumir a presidência, Duque anunciou que revisaria a conveniência de continuar com essas negociações, que já foram suspensas devido à exigência do governo de que o ELN acabe com todas as atividades criminosas, especialmente o sequestro.
"Exigimos a libertação dos sequestrados e o fim de seus atos criminosos, pelo mesmo motivo, denunciaremos também qualquer Estado que dê apoio ou permita a presença de membros desse grupo em seu território", ressaltou o presidente.
Ele também disse que continuará "a perseguição contra este grupo com todas as capacidades ofensivas e sancionadoras do Estado".
Além disso, disse que o governo será "implacável para desmantelar suas estruturas de tráfico de drogas, extorsão, mineração ilegal e contrabando".
Duque não declarou expressamente que cancelaria os diálogos com o ELN, mas disse estar ciente de que decisões como a que ele tomou hoje "trazem implicações e desafios para toda a Colômbia". EFE
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