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Boulos pede à PGR para investigar Nikolas por 'notícias falsas' sobre Pix

Os deputados federais Guilherme Boulos (PSOL/SP) e Nikolas Ferreira (PL/MG) - Reprodução/CNN
Os deputados federais Guilherme Boulos (PSOL/SP) e Nikolas Ferreira (PL/MG) Imagem: Reprodução/CNN
do UOL

Do UOL, em São Paulo

16/01/2025 14h36

O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) solicitou à PGR (Procuradoria-Geral da República) que abra investigação contra o também deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), em função de vídeo no qual o mineiro explora a desinformação sobre a portaria do Pix —revogada pelo governo Lula após a repercussão negativa do caso.

O que aconteceu

Boulos pede que vídeo seja apagado do YouTube e do Instagram. Além disso, ele solicita à PGR que apure quanto Nikolas lucrou com a divulgação do material em suas redes, além de sugerir que o procurador Paulo Gonet abra uma investigação para averiguar estelionato e crime contra economia popular.

Monetização de vídeos pode ter rendido dinheiro a Nikolas, diz Boulos. Só no Instagram, foram 300 milhões de visualizações. A monetização é um mecanismo por meio do qual usuários de redes sociais ganham dinheiro com as propagandas exibidas antes de seus vídeos. Para Boulos, Nikolas se beneficiou com isso, além de ter aumentado sua "influência política".

Representação destaca aumento do número de seguidores de Nikolas nas redes sociais. De acordo com o texto, só no Instagram o deputado mineiro ganhou 930 mil novos apoiadores desde a divulgação do vídeo. "O número é superior àquele obtido nos últimos meses somados", afirma Boulos na representação.

Dados divulgados por Nikolas são "demonstração de flagrante má-fé e possível obtenção de vantagem ilícita", diz Boulos. No vídeo publicado na terça (14), o deputado mineiro afirma que a população sofreria caso novas regras de fiscalização fossem adotadas para o Pix. Ontem, o governo desistiu da mudança.

A principal falsidade promovida pelo Representado consiste em afirmar que uma medida recente do governo federal prejudicará pessoas de baixa renda que desempenham trabalho autônomo e/ou informal
Defesa de Guilherme Boulos (PSOL-SP) na representação enviada à PGR

Segundo Boulos, novas regras aliviariam fiscalização sobre os mais pobres. O deputado paulista argumenta que, com o aumento dos valores mínimos de transação a serem informados pelos bancos à Receita Federal, a mudança beneficiaria "trabalhadores autônomos e informais".

Governo Lula revogou mudanças no Pix

Repercussão negativa de anúncio fez governo desistir de mudanças no Pix. Em entrevista na tarde de quarta (15), o ministro da Fazenda Fernando Haddad (PT) informou que as regras de fiscalização para acima de R$ 5.000 para pessoas físicas, iniciadas em janeiro, pararam de valer.

Após episódio, Boulos quer mudança de lei

O deputado federal propôs que "induzir alguém a erro" para obter vantagem "por meio do notícias falsas" passe a ser crime contra a economia popular. A proposta foi incluída em projeto de lei apresentado nesta quinta (17) na Câmara dos Deputados.

Justificativa do projeto cita vídeo de Nikolas sobre Pix. Outro episódio lembrado é o das notícias falsas em relação à ajuda humanitária após as enchentes no Rio Grande do Sul em 2024.

No caso do Rio Grande do Sul, em meio ao desastre das enchentes que castigaram o Estado em 2024 e desabrigaram milhares de pessoas, diversos indivíduos cujos perfis em redes sociais alcançam milhões de outras contas noticiaram falsamente que o governo estaria impedindo a chegada de doações no Rio Grande do Sul e que o governo pretendia aplicar taxas às doações.
Guilherme Boulos (PSOL-SP), deputado federal, na justificativa do projeto de lei

"Não se pode admitir que o povo não tenha armas para lutar contra notícias falsas", diz Boulos no texto. Segundo ele, a disseminação de informações enviesadas ou inverídicas é prejudicial ao desenvolvimento e bem-estar da população como um todo.

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