Bolsonaro planejava falar com Orbán, Milei e Bukele na posse de Trump
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta-feira (16) que planejava encontrar chefes de Estado conservadores de outros países na posse de Trump.
O que aconteceu
O ex-presidente disse que "estava pré-acertando agendas" com líderes. Viktor Orbán, da Hungria, Javier Milei, da Argentina, e Giorgia Meloni, da Itália, e Nayib Bukele, de El Salvador, foram os nomes citados por Bolsonaro.
Bolsonaro sinalizou que deve voltar a pedir a liberação de seu passaporte à Justiça. Ele confirmou que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro irá à posse de Donald Trump no próximo dia 20 nos EUA.
"Essa questão do passaporte ainda está em jogo", disse Bolsonaro sobre o passaporte. Mais cedo, o STF (Supremo Tribunal Federal) confirmou que não irá liberar o documento, após solicitação da defesa do ex-presidente.
"Ela vai ter um tratamento bastante especial lá", afirmou Bolsonaro sobre Michelle. Ele confirmou que a ex-primeira-dama havia sido convidada para o evento e disse que Trump tem consideração por ele.
Bolsonaro se negou a comentar possíveis candidaturas de Pablo Marçal (PRTB) e Gusttavo Lima à presidência em 2026. O ex-presidente disse que o filho Flavio deve disputar a reeleição para o Senado pelo Rio, que Eduardo deve disputar uma vaga na casa por São Paulo e que Carlos e Jair Renan deverão se candidatar à Câmara dos Deputados por Rio de Janeiro e Santa Catarina, respectivamente.
Declarações foram dadas ao programa Faroeste à Brasileira, da revista Oeste. O influenciador conservador Tiago Pavinatto entrevistou o ex-presidente de forma remota, já que Bolsonaro se encontrava em Brasília.
STF negou ida de Bolsonaro à posse de Trump
Decisão foi anunciada nesta quinta (16). De acordo com o ministro Alexandre de Moraes, o ex-presidente "manifestou-se, publicamente, ser favorável à fuga de condenados em casos conexos à presente investigação e permanência clandestina no exterior". O passaporte de Bolsonaro foi apreendido em fevereiro de 2024.
Na quarta (15), Procuradoria-Geral da República já havia se posicionado contra a viagem. No parecer, o órgão afirmou que a viagem atendia a interesses particulares do ex-presidente e não era mais importante para o interesse público do que manter seu passaporte apreendido durante a tramitação do processo.
Ex-presidente disse que "não está mais tomando Viagra" desde convite para ir à posse de Trump. Em entrevista ao jornal americano The New York Times, Bolsonaro afirmou que estava se sentindo como uma criança novamente com o aceno do republicano, que assume a presidência dos EUA no próximo dia 20.
Passaporte de Bolsonaro foi apreendido na investigação por tentativa de golpe. Quem fez o confisco foi a Polícia Federal durante uma operação. A defesa do ex-presidente tentou reaver o documento em março de 2024 para uma ida a Israel e em outubro do mesmo ano. Em ambos os casos, a Justiça não atendeu os pedidos.
Bolsonaro trocou de advogados recentemente. Após a prisão do general Braga Netto em 14 de dezembro, Celso Vilardi e José Luis de Oliveira Lima assumiram o comando da defesa do ex-presidente —até então coordenada por Paulo Cunha Bueno. O novo time defendeu empresários e políticos à época da Lava Jato.
Bolsonaro e Valdemar Costa Neto "conversam muito", segundo governador de Santa Catarina. Em entrevistas à Jovem Pam na segunda (13), Jorginho Mello (PL) disse que ex-presidente e presidente do PL mantém contato, algo proibido por decisão do STF.