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Morre Oliviero Toscani: relembre as imagens polêmicas que fizeram o sucesso do fotógrafo italiano

13/01/2025 16h05

O fotógrafo e publicitário italiano Oliviero Toscani, que ficou famoso por suas campanhas provocativas realizadas para a marca Benetton, morreu nesta segunda-feira (13) aos 82 anos. Adepto das imagens chocantes desde os anos 1980, ele mudou a cara da moda, tocando em assuntos polêmicos para vender roupas coloridas.

Com informações de Anne Le Nir, correspondente da RFI em Roma, e agências

O talento desse mestre da comunicação ficou mundialmente conhecido por causa das publicidades que realizou para a marca de roupas Benetton. Mas Oliviero Toscani começou a carreira bem longe da moda.

Filho do repórter fotográfico Fedele Toscani, ele teve primeira imagem foi publicada no jornal Il Corriere Della Sera em 1957, quando tinha apenas 14 anos. Na época, o adolescente conseguiu captar a imagem de Rachele Mussolini, em pleno funeral de seu marido, Benito. O ditador havia sido executado em 1945, mas seu corpo foi escondido pelos nostálgicos do fascismo até 1957, quando foi devolvido à família em Predappio, na Emília-Romanha. Toscani, que acompanhava o pai em uma reportagem, imortalizou esse momento histórico e iniciou sua carreira.

Mas rapidamente ele começou a trabalhar para a publicidade. Irônico, esse ex-aluno da Escola de Artes Aplicadas de Zurique iniciou sua trajetória internacional trabalhando para marcas de moda e revistas de prestígio. Em 1982, ele começou a colaborar com a marca Benetton, realizando uma série de campanhas publicitárias sobre questões sociais. Desde então, ele não parou de criar imagens que chamavam a atenção para temas como a luta contra o racismo, a homofobia, a fome ou ainda imagens ironizando a máfia e a religião.

"Escolha ética, estética e política"

Entre suas criações, que deram a volta ao mundo, estão as imagens de uma mulher negra amamentando uma criança branca (1989), de um homem moribundo sofrendo de aids e de uma freira beijando um padre (1992), além de condenados à morte nos Estados Unidos (2000) e uma garota anoréxica (2007). Muitas vezes contestadas e consideradas sensacionalistas, várias de suas campanhas para a Benetton chegaram a ser proibidas na Itália e em outros países, mas Toscani sempre defendeu seu ponto de vista. Em entrevista ao Il Corriere Della Sera, ele declarou que "Não é uma foto que faz história, é uma escolha ética, estética e política".

Toscani e Benetton romperam as relações de forma definitiva em 2020, após declarações polêmicas do fotógrafo sobre o acidente na ponte de Gênova, no qual 43 pessoas morreram. A família Benetton era então a principal acionista da empresa ASPI (Autostrade per l'Italie), que administrava a ponte na época do desabamento.

Em agosto de 2024, o fotógrafo anunciou que sofria de amiloidose, uma doença rara e incurável que cria depósitos de proteínas insolúveis nos tecidos, e então explicou que havia perdido 40 quilos em um ano.

(Com agências)

 

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