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Dengue matou mais que covid em 2024; alta foi de 400% nos óbitos em um ano

do UOL

De VivaBem, em São Paulo

11/01/2025 05h30Atualizada em 13/01/2025 18h56

O número de mortos por dengue superou o de óbitos por covid em 2024, de acordo com dados do Ministério da Saúde.

O mosquito Aedes aegypti causou 6.041 mortes, enquanto o coronavírus vitimou 5.959 pessoas no ano passado.

Dengue sobe, covid cai

Mortes causadas por dengue, inclusive, aumentaram mais de 400% em um ano —em 2023, os óbitos somavam 1.179. Há ainda 875 casos de morte em investigação.

Já os índices de covid-19 vêm diminuindo desde 2022. Em 2023, por exemplo, o número era superior ao de 2024, com 14.785, uma redução de 60% dos casos de morte. Os dados são do Ministério da Saúde.

Aumento da dengue pode ter relação com as mudanças climáticas. É o que afirma o plano de ação do governo federal para a redução da dengue e de outras arboviroses. O mesmo já foi dito por Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, em visita ao país em 2024. Ele disse que elevação das temperaturas globais vem contribuindo para o crescimento do número de casos de dengue no país e no mundo.

Além disso, no verão, os casos de dengue tendem a aumentar. Isso acontece devido à alta incidência de chuvas na maior parte do país. O acúmulo de água faz com que a proliferação do mosquito se intensifique. Somado ao calor intenso, o ambiente fica ainda mais propício para que os ovos colocados pelas fêmeas deem origem a milhares de novos mosquitos.

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Imagem: iStock

Como se proteger de cada doença?

Dengue

Na rede pública, apenas crianças e adolescentes de 10 a 14 anos podem tomar a vacina contra dengue gratuitamente. O imunizante oferecido no SUS é o Qdenga, desenvolvido pela farmacêutica Takeda.

Na rede privada, há duas opções de vacinas contra a dengue: o imunizante da Sanofi e o da japonesa Takeda, ambos aprovados pela Anvisa. O primeiro (em três doses) só é recomendado para quem já teve a doença e tem idade entre 9 a 45 anos. Já o segundo é mais amplo: pode ser aplicado em pessoas de 4 a 60 anos de idade —independentemente de o indivíduo ter tido a doença antes ou não— e são necessárias apenas duas doses.

Preço da vacina dose única fica entre R$ 350 e R$ 490, em média. Valor muda de acordo com o laboratório, clínica ou farmácia. Portanto, esquema vacinal completo (2 doses) fica entre R$ 700 e R$ 980.

Outras formas de prevenção incluem repelentes. Também é essencial evitar a formação de pequenos reservatórios de água parada, como vasos de flores, barris de chuva ou pneus de carros.

Homem tomando vacina, vacinação - iStock - iStock
Imagem: iStock

Covid-19

A melhor forma de se proteger da doença é estar com o esquema vacinal em dia. Para quem já fez isso nas campanhas anteriores, não há indicação de novas doses de reforço do imunizante até o momento.

Vacina é de rotina apenas para grupo específico. Entram na lista idosos acima de 60 anos, crianças menores de cinco anos e gestantes/puérperas, segundo informe do Ministério da Saúde. As doses e os intervalos para cada um podem variar, segundo Ana Karolina Marinho, membro do Departamento Científico de Imunizações da Asbai (Associação Brasileira de Alergia e Imunologia). Entenda abaixo:

  • Crianças menores de 5 anos: de duas ou três doses;
  • Idosos acima de 60 anos: duas doses da vacina;
  • Gestantes/puérperas: uma dose a cada gravidez;

Pessoas imunossuprimidas devem tomar uma dose da vacina a cada seis meses. "Elas vão receber o imunizante que estiverem disponíveis, independentemente do calendário de vacinação. Essa é a recomendação vigente para 2025", explica Marinho.

Há ainda o grupo prioritário, que deve receber uma dose anual do imunizante. Vacinação especial vale para pessoas acima de cinco anos dos seguintes grupos: pessoas vivendo em instituições de longa permanência e seus trabalhadores; indígenas vivendo em terra indígena; ribeirinhos; trabalhadores da saúde; quilombolas; pessoas com deficiência permanente; pessoas com comorbidades; pessoas em situação de rua ou privadas de liberdade; funcionários do sistema de privação de liberdade e adolescentes e jovens cumprindo medidas socioeducativas.

Em 2022, a vacina foi comprada por algumas clínicas privadas. No entanto, a reportagem não encontrou o imunizante disponível nos principais laboratórios do país atualmente. Na época, não havia indicação para "reforçar a imunidade" e, assim como acontece no SUS, via PNI (Programa Nacional de Imunização), as clínicas deveriam seguir as indicações do Ministério da Saúde.

Sintomas de dengue e covid

idosa negra, fadiga, dor de cabeça, covid longa - iStock - iStock
Imagem: iStock

Dengue

Manchas vermelhas parecidas com alergia

Dor no corpo

Mialgia (dor muscular)

Fadiga

Dor de cabeça

Dor no fundo dos olhos

Febre (maior que 38,5ºC)

Perda de apetite

Dor abdominal

Covid-19

tosse, homem tossindo - iStock - iStock
Imagem: iStock

Mais comuns:

Febre ou calafrio

Tosse seca

Fadiga

Sintomas menos comuns:

Perda de paladar ou olfato, chamadas de ageusia e anosmia

Congestão nasal

Conjuntivite

Dor de garganta

Dor de cabeça

Dores musculares ou articulares

Diferentes tipos de erupções cutâneas

Náusea ou vômito

Diarreia

Calafrios ou tonturas

Sintomas da covid-19 grave:

Falta de ar

Perda de apetite (hiporexia)

Confusão

Dor persistente ou pressão no peito

Alta temperatura (acima de 38°C)

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