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Defesa de Bolsonaro pode prejudicar as demais, diz advogado de 'kid preto'

do UOL

Colaboração para o UOL, em São Paulo

30/11/2024 13h43

A estratégia da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro em trabalhar com a tese do 'golpe do golpe' e afastá-lo do enredo golpista pode prejudicar as demais defesas na investigação, disse Jeffrey Chiquini, advogado do tenente-coronel do Exército e "kid preto" Rodrigo Bezerra Azevedo, em entrevista ao UOL News deste sábado (30).

Eu não tenho proximidade com o ex-presidente Jair Bolsonaro e sequer conheço seu advogado. Eu fiz questão de não me comunicar com nenhuma outra defesa e com nenhum outro investigado, porque eu defendo uma única pessoa. Eu não posso ser antiético. O advogado é a voz do seu cliente.

De fato, é um pronunciamento [da defesa de Bolsonaro] que dá margem a diferentes interpretações. Isso pode trazer, sim, um prejuízo às demais defesas. Eu não descarto isso. Agora, afirmo, meu cliente é um tenente-coronel. Qual o poder de comando de um tenente-coronel numa estrutura que se está imputando nessa investigação?
Jeffrey Chiquini, advogado de Rodrigo Bezerra Azevedo

Sem apresentar provas, Jeffrey Chiquini afirmou ainda ''achar possível'' estar havendo uma ''sabotagem'' para incluir as Forças Especiais do Exército no plano de tentativa de golpe.

É possível, isto tem que ser apurado, pode estar havendo uma sabotagem a incluir as Forças Especiais, não se pode duvidar disso. Não se está imputando a nenhuma instituição. Agora, não podemos confiar em todo ser humano residente no Brasil. E se há um grupo que quer desviar, atrapalhar a investigação? Se há um grupo que quer descredibilizar, criminalizar as Forças Armadas?

Eu convivo há muito tempo com operadores das Forças Especiais, eu sei o preparo desses homens. Eu posso, por experiência, afirmar que os atos que estão imputando nesse fato não me deixa convicto de que há um apoio institucional das Forças Armadas. Se há verdade nesse fato de tentativa de golpe, está nítido e claro tratar-se de grupos isolados sem apoio institucional. Eu acredito que a defesa do próprio Bolsonaro quis expressar.

O advogado também voltou a negar que seu cliente tenha feito parte da trama golpista.

Com relação ao meu cliente, se imputa a ele um celular. Celular tem sinal. Tem um celular exatamente do dia 8 que é o tal do Brasil. Muito se fala que se imputa ao tenente-coronel Azevedo ser ele o Brasil.

Esse celular que se imputa ao Brasil, um número de telefone em um aparelho telefônico, foi ativado em Minas Gerais no dia 8. O meu cliente retornava de licença de dispensa Natal no dia 7, e no dia 8 ele assumia serviço, isso está em boletim em Goiânia, ou seja, tá nítido que não foi ele que ativou esse celular.

É um cara muito preparado, tudo que há contra ele é um aparelho celular. Eu acredito que algumas das contradições, isso eu vou abrir para vocês com exclusividade ao UOL News pelo respeito que eu tenho a vocês. O tenente-coronel teve um encontro com um general se eu não estou enganado, pra eu não pecar aqui e falar algo equivocado, um general já da reserva, que foi um Força Especial.
Jeffrey Chiquini, advogado de Rodrigo Bezerra Azevedo

Nesta sexta-feira (29), Jeffrey Chiquini declarou ao UOL que seu cliente foi preso pela Polícia Federal como um "bode expiatório" para incluir as Forças Especiais (FE) do Exército no plano Punhal Verde e Amarelo, formulado para matar Lula (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.

Azevedo está preso desde a semana passada no Rio de Janeiro, acusado pela PF de participar de ações do plano Punhal Verde e Amarelo, junto com o policial federal Wladimir Matos Soares, o general da reserva Mario Fernandes e os tenentes-coronéis Hélio Ferreira Lima e Rafael Martins de Oliveira. O objetivo, segundo a PF, era "impedir a posse do governo legitimamente eleito e restringir o livre exercício da democracia e do Poder Judiciário brasileiro".

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