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Terceira semana de julgamento de Trump é marcada por depoimento de Stormy Daniels

10/05/2024 14h07

O julgamento de Donald Trump encerra, nesta sexta-feira (10), a terceira semana marcada pelo depoimento explosivo da ex-atriz pornô Stormy Daniels, no centro do caso que colocou pela primeira vez um ex-presidente dos Estados Unidos no banco dos réus.

Antes da conclusão da audiência desta sexta-feira, o promotor Joshua Steinglass indicou que a acusação convocará duas novas testemunhas na próxima semana, sem revelar seus nomes, e que poderão ser as últimas de sua parte. 

A maioria dos analistas espera para segunda-feira o depoimento de Michael Cohen, ex-advogado pessoal de Trump e responsável por fazer o pagamento de 130 mil dólares (R$ 670 mil na cotação atual) a Daniels na reta final das eleições presidenciais de 2016, e cujo reembolso foi registrado como despesas legais.

Diante das queixas de Trump, que foi proibido de criticar testemunhas, jurados ou funcionários do tribunal, o juiz Juan Merchán pediu que a promotoria comunique a Cohen que "se abstenha de fazer comentários públicos" sobre o julgamento ou o magnata.

No final do julgamento, o júri popular terá de determinar se o magnata falsificou 34 documentos contabilísticos para ocultar o pagamento a Daniels, como acusa a promotoria.

Se for considerado culpado, Trump poderá ser condenado à prisão, embora isso não o impeça de assumir a Presidência se for o vencedor do duelo contra Joe Biden em novembro. 

Cohen, que se declarou culpado por fraude fiscal, violação das leis de financiamento de campanha e mentir ao Congresso, foi condenado a três anos de prisão em 2018.

Então, ele prometeu a colaborar com a acusação, e por isso seu depoimento é muito aguardado. 

Juntamente com Daniels, os dois são as estrelas deste julgamento histórico. 

A ex-atriz explicou detalhadamente ao júri de Nova York a aventura de uma noite que teve com Trump, a qual ele sempre negou, em um torneio de golfe de celebridades. 

Em seu depoimento, ela descreveu o pijama de Trump, sua roupa íntima, a posição sexual e o fato de ele não usar preservativo.

Ela também disse que não se sentiu ameaçada "verbal ou fisicamente", embora se sentisse "envergonhada por não ter impedido, por não ter dito não". 

A defesa, que tentou desqualificá-la, alegou que estes detalhes eram "extremamente prejudiciais" ao caso que incide sobre a falsificação de documentos contábeis, razão pela qual apresentou pedido de anulação do julgamento em duas ocasiões - na terça e na quinta - ambas rejeitadas pelo juiz.

- Ameaçado de prisão -

A semana começou com uma nova repreensão do juiz ao magnata republicano, por mais uma vez desrespeitar a proibição de falar sobre testemunhas, júri e funcionários do tribunal nas redes sociais. 

Como as multas por desobedecer a esta ordem, que chegam a US$ 10 mil (R$ 51,5 mil), parecem não surtir efeito, o juiz ameaçou prendê-lo.

Como de costume, Trump atacou, ao chegar ao tribunal nesta sexta-feira, o "horrível" julgamento, que é destinado, segundo ele, a impedi-lo de fazer campanha, embora tenha anunciado a realização de um comício neste sábado na vizinha Nova Jersey.

Após dois dias eletrizantes devido ao depoimento de uma das principais testemunhas do caso, depuseram nesta sexta-feira Madeleine Westerhout, ex-assistente de Trump, que explicou como o magnata administrava seus negócios, e dois especialistas de empresas de telefonia que foram interrogados sobre ligações telefônicas. 

Além do caso de Nova York, o republicano foi acusado em Washington e na Geórgia de conspirar para anular os resultados das eleições de 2020 e, na Flórida, de supostamente fazer mau uso de documentos confidenciais após deixar a Casa Branca, mas este último caso foi adiado indefinidamente.

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© Agence France-Presse

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