Topo
Notícias

Mãe, filho e cunhado são denunciados por matar idosos em MT

do UOL

06/05/2024 17h20

O Ministério Público de Mato Grosso denunciou mãe, filho e cunhado pela morte de dois idosos durante a invasão a uma casa, em Peixoto de Azevedo (MT), 692 km de Cuiabá, no dia 21 de abril.

O que aconteceu

Trio foi denunciado por dois homicídios qualificados. Pilson Pereira da Silva, 80 anos, e Rui Luiz Bogo, 68 anos, morreram no local. "Averigua-se dos autos que, no momento da ação, os disparos foram realizados, impossibilitando a defesa das vítimas presentes. Como resultado da ação dos denunciados, Pilson Pereira da Silva e Rui Luiz Bogo perderam a vida devido aos ferimentos causados pelos projéteis disparados por Inês Gemilaki", diz decisão do MP.

Mãe, filho e cunhado também foram denunciados por duas tentativas de homicídio. Ines Gemilaki, 48, Bruno Gemilaki Dal Poz, 28, e o cunhado da mulher, Eder Gonçalves Rodrigues, 40, atiraram contra o padre José Roberto e contra o dono da casa, Erneci Afonso Lavall. Os dois sobreviveram.

Os denunciados estão presos desde o dia 23 de abril, dois dias após o crime.

Crime foi cometido por causa de uma dívida da atiradora com o dono da casa, Erneci Lavall. De acordo com a denúncia do MPMT, todos elementos colhidos confirmam que os denunciados realizaram a execução devido a uma dívida de Inês Gemilaki com Ernerci, referente a um contrato de locação. Isso porque a denunciada residiu em um imóvel de propriedade da vítima, que ajuizou uma ação de cobrança contra ela.

MP estipulou um valor de reparação a ser pago em favor dos familiares. Pela morte de Pilson Pereira da Cruz, o valor a ser pago é de R$ 1 milhão, já aos familiares de Rui Luiz Bogo, o valor a ser pago é de R$ 700 mil. "Como Pilson Pereira tinha idade inferior a Rui Luiz Bogo, presume-se que tinha um tempo maior de vida pela frente, por isso a distinção dos valores entre ambos", diz o MP. Aos dois que foram feridos e sobreviveram ao ataque, o Ministério Público estipulou o pagamento de R$ 150 mil a cada um.

Ministério Público também pediu a revogação da prisão do marido de Inês. Márcio Ferreira Gonçalves foi indiciado pela Polícia Civil por suspeita de participação no crime, mas ficou de fora da denúncia do MP. Segundo o órgão, conforme demonstrado nos autos, ele não estava presente no momento da execução, apesar de ter prestado apoio aos denunciados após os delitos praticados.

Justiça de Mato Grosso vai analisar a denúncia e decidir se acolhe ou não os pedidos.

O UOL tenta contato com a defesa dos denunciados. O espaço segue aberto para manifestação.

Dívida em imóvel

O produtor rural Erneci Lavall disse que a atiradora foi sua inquilina e entregou o imóvel com avarias. "No contrato, constava que ela tinha que entregar a casa do mesmo jeito que ela pegou. E nada aconteceu. Ela evadiu e não entregou a casa para nós, entregou a chave pro vizinho da oficina", contou à TV Record.

Erneci afirmmou que acionou a Justiça contra a ex-inquilina, mas negou que a tenha ameaçado. A atiradora, a pecuarista Inês Gemilaki, alegou por meio de sua defesa que sofria ameaças do produtor rural.

O produtor rural lembrou que, no dia do crime, reuniu a família para celebrar o seu aniversário. "Eu estava deitado no sofá. Escutei um estouro. Levantei a cabeça e achei que era o pneu da caminhonete que tinha estourado, mas era impossível", relatou. "Vi uma pessoa subindo com espingarda na mão e a mulher vinha atrás com revólver na mão".

Relembre caso

Inês Gemilaki e o filho Bruno Gemilaki Dal Poz mataram dois idosos a tiros. Os atingidos faziam parte de um grupo de dez pessoas que estavam no local para um almoço.

Mãe e filho atiravam "de forma indiscriminada". Eles não deram nenhuma chance de defesa ou fuga para as vítimas, de acordo com a polícia.

Três pessoas foram atingidas. Nas imagens, é possível ver quando a mulher entra na casa e atira em um idoso que está escondido atrás do sofá.

Suspeitos registraram boletim de ocorrência contra o proprietário da casa horas antes do crime. O alvo dos criminosos não foi atingido pelos disparos, segundo a delegada Anna Paula Marien.

A família de Inês tinha dívidas com o homem, diz a polícia. "A suspeita locava o imóvel do proprietário e, ao sair, deixou algumas dívidas, o que gerou uma ação judicial. A partir daí, houve várias discussões e desentendimentos entre eles, o que resultou nesse crime bárbaro." As apurações ainda indicaram que o alvo dos criminosos teria feito ameaças públicas contra os investigados.

Notícias