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Porto Alegre só tem oxigênio nos hospitais até domingo, alerta prefeito

Estoque de oxigênio em hospitais de Porto Alegre deve acabar neste domingo, diz prefeito - Divulgação/Samuel Ramos/ Unsplash
Estoque de oxigênio em hospitais de Porto Alegre deve acabar neste domingo, diz prefeito Imagem: Divulgação/Samuel Ramos/ Unsplash
do UOL

Do UOL, em São Paulo

04/05/2024 22h10Atualizada em 04/05/2024 22h10

O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), afirmou que o estoque de oxigênio em hospitais de Porto Alegre deve acabar no domingo (5). Segundo ele, a chegada do insumo é dificultada pela falta de acesso a regiões da cidade alagadas pelas fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul.

O que aconteceu

Sebastião Melo destacou que um helicóptero do Exército brasileiro buscou tanques de oxigênio. Em entrevista à CNN neste sábado (4), o prefeito explicou que o insumo foi trazido da cidade vizinha, Guaíba, para abastecer a rede hospitalar da capital gaúcha.

Mesmo assim, estoque não deve durar até segunda-feira (6). Na sequência, o prefeito afirmou que a previsão da Secretaria de Saúde municipal é que o insumo só dure até domingo (5) devido à alta demanda de pacientes nos hospitais de Porto Alegre e a falta de acesso à cidade por meios de transporte.

Segundo Melo, hospitais de Canoas já estão sem oxigênio. "Canoas, minha cidade vizinha, perdeu seis pessoas ontem em um hospital porque o oxigênio acabou e não tinha oxigênio. Ontem, eu consegui um helicóptero aqui com o Exército brasileiro e, hoje, mandei buscar oxigênio para Porto Alegre, senão faltaria aqui também", ressaltou.

O prefeito disse ainda que a rede hospitalar da capital gaúcha "está sobrevivendo". Segundo Melo, até o momento, Porto Alegre não registrou óbitos decorrentes da falta de insumos nos hospitais, mas alertou: "Esse oxigênio que buscamos se dá só até domingo. Eu tenho que ter oxigênio a partir de segunda-feira, senão vai faltar porque atendemos pacientes em Porto Alegre, mas são pacientes de todo o Rio Grande do Sul que buscam atendimento na capital".

A dificuldade de acesso à capital, por terra e ar, é o principal empecilho para a chegada do oxigênio e outros insumos básicos de saúde à região, de acordo com Melo. "Tem regiões da cidade, como alguns bairros da Zona Norte, especialmente nas ilhas que compõem o Delta do Jacuí, onde já não entra nenhum tipo de automóvel, nem o caminhão do Exército entra mais, o resgate é por barco, é por bote. Somente hoje deu teto para estacionar algumas aeronaves, pois não havia teto para decolar, para descer, para subir, então é um drama (...)".

Avenida Mauá, ao lado do Cais do Porto, em Porto Alegre (RS) após aumento no nível do Guaíba - Donaldo Hadlich / Código 19 / Estadão Conteúdo - Donaldo Hadlich / Código 19 / Estadão Conteúdo
Avenida Mauá, ao lado do Cais do Porto, em Porto Alegre (RS) após aumento no nível do Guaíba
Imagem: Donaldo Hadlich / Código 19 / Estadão Conteúdo

Reabertura de aeroportos é essencial, disse o prefeito. "O fechamento do aeroporto é um problemão para nós e eu espero que ele seja reaberto porque, com isso, você vai poder ter uma ajuda humanitária muito maior para a nossa gente no Rio Grande do Sul", completou o prefeito.

Os caminhos de Porto Alegre estão interrompidos, então depende da questão aérea. Volta a chover aqui em Porto Alegre no domingo, então, sim, nós corremos risco, mas faremos todo o esforço, especialmente com a abertura do aeroporto para que a gente possa salvar vidas.
Sebastião Melo, prefeito de Porto Alegre

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