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Rio atmosférico, microexplosões: a dramática situação das chuvas no RS

do UOL

Colaboração para o UOL

02/05/2024 11h23

As fortes chuvas que atingiram diferentes cidades do Rio Grande do Sul desde 24 de abril já deixaram 21 mortos. Oito municípios do estado estão entre os dez com mais volume de chuvas no mundo nas últimas 24 horas.

Entenda a situação das chuvas no RS

Um rio atmosférico persistente é o responsável por agravar a situação das chuvas no Rio Grande do Sul. Segundo o Metsul, o corredor de umidade, que ainda deve durar vários dias, está "transportando grande quantidade de umidade da região amazônica pelo interior do continente até o território gaúcho".

Fenômeno climático, também conhecido como "rio voador", ajuda a explicar tragédias no Brasil. Assim como a água corre na superfície, também existem fluxos massivos de água nos céus. Na América do Sul, um desses enormes corredores de umidade atmosférica vai justamente da região amazônica até o Centro-Sul do Brasil.

Esse "rio voador" carrega parte da água que evapora no norte para outras partes do território nacional. Então, parte dessa umidade cai como chuva. Combinado com ventos de alta velocidade, o ar úmido produz chuva pesada e até neve — a depender da região no mundo em que acontece. Esses eventos extremos de precipitação podem levar a chuvas repentinas e intensas, causando danos catastróficos à sociedade.

Dados indicam que este rio atmosférico seguirá atuando entre o Rio Grande do Sul e o Uruguai durante grande parte desta primeira semana de maio, ainda de acordo com o Metsul. O instituto de meteorologia reforça ainda sobre a formação de "fortes a intensas áreas de instabilidade com volumes de chuva excessivos e temporais isolados com granizo e vendavais".

Possibilidade de microexplosões atmosféricas

O Rio Grande do Sul pode registrar ainda casos de microexplosão atmosférica. O fenômeno acontece durante uma tempestade, quando há uma grande diferença de temperatura e mudança na direção dos ventos, e é formado por nuvens carregadas de ar, água e granizo, acompanhadas por raios e ventos intensos.

A microexplosão é um evento intenso que pode causar estragos semelhantes aos de um tornado. Durante a ocorrência de uma microexplosão ou, em inglês, downburst, há correntes de ventos e fortes rajadas — que se desprendem da nuvem de tempestade — em direção ao solo.

Também segundo o Metsul, uma microexplosão atmosférica já atingiu o município gaúcho de Santa Cruz do Sul, no Vale do Rio Pardo, durante uma tempestade severa na tarde do último sábado (27).

O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) emitiu hoje (2) um alerta vermelho, de grande perigo, para parte do estado e também de Santa Catarina. O órgão prevê chuva superior a 60 mm/h ou acima de 100 mm/dia, com grande risco de alagamentos e transbordamentos de rios e deslizamentos de encostas.

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