Oposição espanhola acusa Pedro Sánchez de dar 'espetáculo' diante do mundo
O líder do principal partido de oposição da Espanha acusou nesta quinta-feira (25) o presidente de governo do país, o socialista Pedro Sánchez, de dar um "espetáculo" aos olhos do mundo ao ameaçar renunciar ao cargo após a abertura de uma investigação judicial sobre sua esposa.
"A grande maioria dos espanhóis assiste com estupor o último espetáculo que o senhor Sánchez provocou", afirmou à imprensa Alberto Núñez Feijóo, líder do Partido Popular (PP, direita).
"Um presidente digno da nossa nação não a submete ao constrangimento internacional como o que estamos vivendo", acrescentou, antes de opinar que o líder socialista "iniciou uma operação de sobrevivência política para mobilizar as pessoas sob compaixão, porque já não pode fazê-lo por sua gestão".
"É uma vergonha ver a imprensa internacional e como (Sánchez) abandona a dignidade da instituição, a presidência do Governo, a estabilidade das instituições espanholas", insistiu Feijóo.
Sánchez, no poder desde 2018, anunciou de maneira surpreendente na quarta-feira que estava considerando renunciar ao cargo após a abertura de uma investigação contra sua esposa por tráfico de influência e corrupção. Ele considera que a situação é parte de uma campanha de desestabilização orquestrada pela oposição de direita.
A investigação preliminar, que o tribunal anunciou que está sob sigilo, foi aberta após a denúncia da associação Mãos Limpas, considerada próxima da extrema-direita.
Segundo o meio de comunicação digital 'El Confidencial', que revelou a informação, a investigação diz respeito aos vínculos de Begoña Gómez com o grupo de turismo espanhol Globalia, dono da companhia aérea Air Europa, quando esta última estava em conversações com o governo para obter um resgate durante a pandemia de covid-19.
Feijóo exigiu que Sánchez apresente "explicações de maneira imediata sobre os casos de suposta corrupção que afetam seu governo, seu partido e seu entorno".
Além da investigação sobre a esposa de Sánchez, o líder do PP fez referência a um caso de corrupção a respeito de contratos de compra de máscaras durante a pandemia de covid que envolve o homem de confiança de um dos seus ministros de 2018 a 2021, que também foi membro do círculo íntimo do primeiro-ministro.
mg/vab/du/zm/fp/aa
© Agence France-Presse
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