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Equidade na publicidade: 'Não houve retrocesso porque não houve avanço'

Felipe Silva, Mariana Santos e Camila Moletta no Web Summit Rio 2024 - UOL/Renato Pezzotti
Felipe Silva, Mariana Santos e Camila Moletta no Web Summit Rio 2024 Imagem: UOL/Renato Pezzotti
do UOL

Renato Pezzotti

Colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro

19/04/2024 11h01

Apesar da segunda edição do Web Summit Rio ter batido recordes de participação feminina (a organização anunciou que 47,5% dos participantes e 39% dos palestrantes do festiva foram mulheres), equidade de gênero foi tema de poucos debates nos 7 palcos do evento.

Um dos painéis que abordou o assunto foi "Criatividade é uma meritocracia: mito ou realidade?", que reuniu Camila Moletta, cofundadora da More Grls; Mariana Santos, sócia da produtora Jubarte e Felipe Silva, fundador da agência Gana.

Grande parte das empresas afirma inovar em seus negócios, mas por que essa inovação não inclui DE&I (sigla para diversidade, equidade e inclusão)? Por que é tão difícil montar equipes diversas? Para Felipe, o discurso está muito longe de prática.

O Brasil que a gente vê na rua não é o Brasil que a gente vê no mercado corporativo, nem mesmo no criativo. Fala-se muito de diversidade e equidade, mas na prática isso não acontece.
Felipe Silva, da agência Gana

Para Mariana, ela só está em uma posição de liderança porque fundou sua própria empresa.

Eu planejei meu crescimento. Sou sócia de uma produtora porque eu corri por fora e fundei a empresa. O mercado que estou inserida, de publicidade, teria um teto para mim. Não conseguiria um cargo diretivo em uma agência, independente da competência.
Mariana Santos, da produtora Jubarte

Camila Moletta, cofundadora da More Grls, uma startup que visa aumentar o número e a visibilidade de mulheres em áreas criativas, também questionou Felipe e Mariana sobre o atual momento do mercado publicitário. Para Felipe, sequer houve um avanço nos últimos anos.

O que vemos é uma permanência do status quo. Os líderes continuam entendendo que precisam da diversidade, mas se sentem seguros neste lugar de hoje, que é o habitual. Há uma vontade de se manter no mesmo lugar.
Mariana Santos, da produtora Jubarte

Não houve um retrocesso porque não houve avanço. O avanço que a gente teve nesse aspecto foi de mulheres brancas. Ainda não tivemos uma líder negra em uma agência. Eu sou líder, a Mariana é líder, porque somos sócios e fundamos as nossas empresas. Não foi o mercado que mudou.
Felipe Silva, da agência Gana

35 mil pessoas por dia

A segunda edição do Web Summit Rio chegou ao fim ontem (18). O evento atraiu quase 35 mil pessoas por dia, 60% a mais que na primeira edição, em 2023. Representantes de 102 países estiveram presentes ao Riocentro e sofreram muito com a falta de mobilidade e organização para chegada e saída do evento, tanto de táxis quanto de aplicativos de compartilhamento de carros.

Segundo a Invest.Rio, agência de promoção e atração de investimentos da Prefeitura do Rio, acordos de cooperação assinados durante os três dias de evento devem gerar cerca de R$ 1 bilhão (US$ 200 milhões) em negócios para a cidade, a serem investidos nos próximos quatro anos.

Os ingressos para a edição do próximo ano, que acontecerá entre os dias 27 e 30 de abril, já estão à venda -com os preços promocionais, cada um custa cerca de R$ 770.

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