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Dólar cai a R$ 5,243 após cinco altas seguidas; Bolsa recua pelo 6º dia

No mês, a moeda americana acumula alta de 4,55%; já o principal índice da B3 tem queda de 3,07% - Renato S. Cerqueira/Futura Press/Estadão Conteúdo
No mês, a moeda americana acumula alta de 4,55%; já o principal índice da B3 tem queda de 3,07% Imagem: Renato S. Cerqueira/Futura Press/Estadão Conteúdo
do UOL

Do UOL, em São Paulo

17/04/2024 17h24Atualizada em 17/04/2024 17h40

O dólar caiu 0,5% e fechou o dia vendido a R$ 5,243, interrompendo uma sequência de cinco altas consecutivas. No mês, porém, a moeda americana ainda acumula ganhos de 4,55% frente ao real.

Já o Ibovespa emendou sua sexta queda consecutiva, esta de 0,17%, e chegou aos 124.171,15 pontos. O principal índice da B3 recuou 3,07% em abril.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial (saiba mais clicando aqui). Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, a referência é o dólar turismo, e o valor é bem mais alto.

O que aconteceu

Dólar sofre ajustes após cinco sessões de alta. Segundo operadores, a desvalorização registrada hoje é um movimento normal após os recentes ganhos. A moeda americana subiu de R$ 5,007 no último dia 9 para R$ 5,27 no dia 16 — um aumento de 5,25% em uma semana. O salto neste período foi bem maior do que o acumulado nos três primeiros meses do ano, de 3,35%.

Mercado está pessimista com o futuro dos juros nos EUA. Dados de inflação e do varejo divulgados nos últimos dias reforçaram os argumentos para que o Fed (Federal Reserve, o BC americano) seja cauteloso e adie a redução dos juros. Investidores agora apostam em cortes de 0,40 ponto percentual ao longo de 2024 — drasticamente abaixo do 1,5 ponto esperado no início do ano.

Manutenção dos juros nos EUA tende a impulsionar o dólar. Isso acontece porque, com juros elevados, os investidores redirecionam recursos para o mercado de renda fixa dos EUA, considerado muito seguro. Por outro lado, sinais de que o Fed vai começar a reduzir os juros em breve tendem a impulsionar moedas mais arriscadas, porém mais rentáveis, como o real.

No Brasil, 'prévia do PIB' surpreendeu positivamente. O IBC-Br (Índice de Atividade do Banco Central) avançou 0,4% em fevereiro em relação ao mês anterior — acima da mediana das projeções do mercado (0,3%) e dentro do intervalo (-0,6% a 1%). No acumulado do primeiro bimestre de 2024, o índice registra alta de 2,95%.

Dado o fato de uma volatilidade tão alta ter acontecido em um período tão curto, é difícil olhar para frente e dizer se o dólar deve se manter nesse patamar ou se ele deve recuar. O ponto é que, quando acontecem esses movimentos, a ancoragem de preço costuma mudar, então é possível que a gente veja o dólar entre R$ 5,10 e R$ 5,20 durante um tempo ainda, mesmo que não tenham mudado muito os fundamentos da moeda.
Matheus Massote, da One Investimentos, à Reuters

(Com Estadão Conteúdo e Reuters)

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