Mendonça será relator de processos contra Nikolas Ferreira no STF
Ao todo, constam contra o parlamentar no STF três notícias-crime, um tipo de procedimento preliminar em que é apontada alguma conduta possivelmente criminosa. Mendonça foi escolhido por sorteio para relatar uma primeira petição, o que o faz receber também os demais processos sobre o mesmo assunto.
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Entenda o caso
Na última quarta-feira (8), o deputado federal Nikolas Ferreira vestiu uma peruca amarela e disse que "se sentia uma mulher" no Dia Internacional da Mulher e que "as mulheres estão perdendo seu espaço para homens que se sentem mulheres".
Para entidades e parlamentares, a fala do deputado promove o discurso de ódio por associar uma mulher transexual a "uma ameaça que precisa ser combatida, uma alusão a um suposto perigo que não existe". Outro argumento é que o parlamentar publicou o vídeo do discurso em suas redes sociais, com a inclusão de fotos de mulheres trans, o que foge à imunidade parlamentar.
Além da ação no STF, partidos protocolaram um pedido de cassação do mandato do deputado por quebra de decoro. "Como é possível depreender da fala do deputado, o conteúdo de seu discurso tem caráter ofensivo e criminoso, uma vez que direcionado a manifestar discriminação e ridicularizar pessoas trans e travestis", afirmam as bancadas do PSOL, PT, PDT, PCdoB e PSB no documento.
Nas redes sociais, o deputado Nikolas Ferreira nega que sua fala tenha sido transfóbica. "Defendi o direito das mulheres de não perderem seu espaço nos esportes para trans - visto a diferença biológica - e de não ter um homem no banheiro feminino. Não há transfobia em minha fala. Elucidei o exemplo com uma peruca (chocante). O que passar disso é histeria e narrativa".
MPF
O Ministério Público Federal acionou na quarta-feira (8) a Câmara dos Deputados para que apure se o discurso do deputado caracteriza-se como violação ética. Segundo a procuradora Luciana Loureiro, Nikolas Ferreira usou o tempo na tribuna para, "a pretexto de discursar sobre o Dia Internacional da Mulher, referir-se de forma desrespeitosa às mulheres em geral e ofensiva às mulheres trans em especial".
Desde 2019, a transfobia foi equiparada ao crime de racismo no país e passou a ser tratada como crime hediondo.
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