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Oswaldo Eustáquio, blogueiro bolsonarista, diz que não tem medo de prisão

do UOL

Do UOL, em Brasília

26/12/2022 19h34

Alvo de um novo mandado de prisão emitido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o jornalista e blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio afirmou ao UOL que "não tem medo de ser preso". O mandado foi dado pelo ministro Alexandre de Moraes, depois de um pedido da Polícia Federal e da Procuradoria Geral da República.

Eustáquio aguarda a chegada dos policiais em Brasília. "Não tenho medo de ser preso", disse ele à reportagem na tarde desta segunda-feira (26). "Gosto da comida da PF", ironizou.

Qual é a acusação?

O UOL não conseguiu apurar o real motivo da ordem de prisão.

Segundo a Folha de S;Paulo, as possíveis razões de sua prisão são:

  • Descumprir medidas cautelares.
  • Participar de protesto antidemocrático no Senado

O que diz o blogueiro?

Eustáquio diz que não pode ser acusado de descumprir medidas cautelares, porque o inquérito a que respondia já foi arquivado pelo STF.

Além disso, ele disse que não estava no protesto em frente ao Senado. Quem estava era Bismark Fábio Fugazza, um dos integrantes de um grupo de humoristas apoiadores de Jair Bolsonaro.

Eustáquio diz que o mandado é por ele ter denunciado o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

Qual é a denúncia de Eustáquio conta Alexandre de Moraes?

Eustáquio foi para a Costa Rica no sábado (24), na sede da Corte Internacional de Direitos Humanos (CIDH),

Ele foi protocolar documentos com uma denúncia contra Moraes.

Estavam com ele Bismark Fugazza - que ao lado de Eustáquio é de um canal de vídeos de humor - e Paulo Victor Souza. A denúncia foi assinada pelo trio.

Na acusação, eles dizem que a esposa de Moraes, Viviane Barci, é sócia de Gabriel Chalita em um escritório de advocacia. Por sua vez, Chalita seria "um dos coordenadores da campanha de Geraldo Alckmin ligado diretamente a Lula".

Moraes é também presidente do Tribunal Superior Eleitoral (STF). Por isso, a acusação vê "interesse pessoal". "Há claro interesse pessoal envolvido o que pelas normas de processo civil da ética profissional a atuação do ministro como presidente do TSE ao favorecer o candidato Luiz Inácio Lula da Silva", afirma

"Se há mandado, é por vingança pessoal por eu o ter denunciado na CIDH", afirma Eustáquio.

No entanto, o UOL apurou que os pedidos de prisão da polícia e pelo Ministério Público e a ordem de prisão foram feitos antes de o jornalista denunciar o magistrado na Costa Rica.

Jornalista está em casa e aguarda a polícia

Eustáquio disse que retornou da Costa Rica e já está em sua casa, em Brasília, preparando um café com pinhão, um fruto típico do Paraná, que se come assado ou cozido. "Estou em casa. Não acredito que essa prisão seja por questões verdadeiras. Sempre respeitei a força policial: se vierem na minha casa, serão bem recebidos com café e pinhão."

Ele é investigado nos inquéritos das fake news e das milícias digitais.

Chegou a ser preso mais de uma vez por ordem de Moraes por desrespeitar decisões do STF.

O que aconteceu antes do mandado?

Em 12 de dezembro, à tarde, Jair Bolsonaro estava num protesto em frente ao Palácio do Alvorada com o filho do cacique Acácio Sereré. À noite, o cacique foi preso.

Manifestantes que apoiam o presidente Jair Bolsonaro invadiram a sede da Polícia Federal em Brasília após a prisão do indígena José Acácio Serere Xavante, decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Segundo a PM, os manifestantes colocaram fogo em carros e ônibus.

Pouco depois da prisão do indígena, Eustáquio, que estava na frente do Palácio, entrou no Alvorada. O ativista da extrema-direita confirmou que entrou no Palácio durante o quebra-quebra praticado por bolsonaristas, para fugir durante atos contra a sede da Polícia Federal.

Eustáquio disse ao UOL que entrou lá não por medo de ser preso, mas porque foi convidado por Bismark e outro integrante do grupo dele, Paulo Vítor Souza. Eles tiveram uma reunião com alguém do Alvorada.

Eustáquio não revelou quem eram os participantes do encontrou e nem o conteúdo.

A assessoria do STF foi procurada pelo UOL, mas Alexandre de Moraes não comentou as acusações do jornalista em relação a Chalita e sua esposa.

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