Programa que financia salários bate primeiros R$ 2 bi após quase 2 meses
O programa criado pelo governo Bolsonaro para apoiar pequenas e médias empresas no pagamento dos salários de seus funcionários bateu os primeiros R$ 2 bilhões desde que foi lançado, em 8 de abril. Dados atualizados diariamente pelo Banco Central mostram que a linha, que está sendo revisada após ficar bem aquém do orçamento planejado, já foi acessada por 82,2 mil empresas e beneficiou 1,359 milhão de trabalhadores formais até o momento.
A maior demanda ocorreu por parte de empresas de serviços, seguidas do setor de construção, madeira e móveis e, na sequência, saúde, saneamento e educação. Na divisão por regiões brasileiras, a maior parte está sediada no Sudeste e Sul do País.
O banco que mais repassou a linha, até o momento, foi o Itaú Unibanco. Atrás, estão Santander Brasil, Bradesco e Banco do Brasil.
No conjunto, as nove instituições financeiras que aderiram ao programa, batizado de Pese, repassaram R$ 2,063 bilhões até o dia 28 de maio. Os dados do BC têm dois dias de defasagem.
A cifra representa cerca de 5% dos R$ 40 bilhões previstos para financiamento dos salários. Com a baixa demanda, o governo decidiu repaginar o programa, que acabaria no fim do mês.
A linha, que conta com 85% dos recursos do Tesouro e o restante dos bancos, foi estendido por mais dois meses, conforme a MP 944, que estabeleceu o financiamento da folha de pagamentos.
Também foram feito ajustes no grupo de empresas elegíveis. A exigência de um faturamento anual de R$ 360 mil a R$ 10 milhões, foi estendido e será de até R$ 50 milhões.
A proibição para que as empresas não demitissem também foi flexibilizada. Agora, aquelas que acessarem o financiamento terão de manter ao menos 50% dos postos de trabalho.
A expectativa do BC é de que as mudanças aumentem a demanda por recursos, sendo R$ 5 bilhões para extensão do programa e outros R$ 5 bilhões por conta da ampliação do grupo de empresas elegíveis. No total, o potencial seria de R$ 15,5 bilhões.
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