Pequim pede que EUA pare de 'demonizar' a China durante visita de enviada
Pequim, 26 Jul 2021 (AFP) - Pequim pediu na segunda-feira (noite de domingo, 25, no Brasil) que os Estados Unidos parem de "demonizar" a China, durante diálogos com a vice-secretária de Estado americana, Wendy Sherman, a enviada de mais alto nível do governo de Joe Biden a visitar o país asiático.
"A esperança pode ser que, ao demonizar a China, os Estados Unidos poderão (...) culpar a China por seus próprios problemas estruturais", informou o ministério das Relações Exteriores chinês em um comunicado, no qual advertiu que a relação bilateral está "estagnada e enfrenta sérias dificuldades".
Ainda segundo a nota, Washington vê Pequim como um "inimigo imaginário".
Sherman chegou neste domingo à cidade portuária de Tianjin buscando consolidar as relações entre as duas potências econômicas, confrontadas por temas como cibersegurança e direitos humanos.
"Urgimos os Estados Unidos a mudarem sua mentalidade equivocada e sua política perigosa", acrescentou o comunicado sobre as conversas de Sherman com o vice-ministro chinês de Relações Exteriores, Xie Feng.
O povo chinês, continua a nota, vê a "retórica antagonista dos Estados Unidos como uma tentativa mal disfarçada de conter e suprimir a China".
Sherman tem previsto reunir-se também com o ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi.
No domingo, a diplomata tuitou que tinha conversado com empresários americanos sobre "os desafios que enfrentam na China" e enviou suas "condolências sentidas" às vítimas das inundações na província de Henan.
Os Estados Unidos afirmaram na semana passada que esperam usar os diálogos como uma oportunidade para mostrar a Pequim como é uma concorrência "saudável e responsável", mas que quer evitar um "conflito".
Em sua breve visita que se encerrará na segunda-feira, Sherman não irá a Pequim, permanecendo em Tianjin, uma cidade portuária no nordeste do país.
- Uma lição -Na véspera da chegada de Sherman, o ministro chinês, Wang Yi prometeu "dar uma lição aos Estados Unidos sobre como tratar os países com equidade", antecipando um início de visita tumultuado.
"A China não vai aceitar a superioridade autoproclamada de nenhum país", assegurou Wang, citado em um comunicado no sábado.
Além de Sherman, John Kerry, emissário de Washington sobre o clima, tinha sido o único funcionário de alto nível do governo Biden a visitar a China, em abril.
As duas partes se comprometeram a cooperar no tema das mudanças climáticas, apesar de suas múltiplas diferenças.
Biden manteve a política de firmeza com a China adotada por seu antecessor, Donald Trump, enquanto Washington busca construir uma frente unida de aliados democráticos contra Pequim.
Na semana passada, os Estados Unidos e a China trocaram sanções iniciadas por Washington em resposta à repressão de liberdades em Hong Kong.
Washington também emitiu uma advertência às empresas que operam em Hong Kong sobre a deterioração da autonomia da cidade.
Os Estados Unidos ainda condenaram na semana passada os ciberataques em larga escala procedentes da China.
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