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Conflitos, epidemia e clima pioraram crise alimentar, diz relatório da FAO

05/05/2021 11h48

A insegurança alimentar aguda aumentou em 2020 devido a conflitos, crises econômicas exacerbadas pela pandemia de Covid-19 e fenômenos climáticos, alertou nesta quarta-feira (5) a Rede Mundial Contra as Crises Alimentares, que prevê um ano de 2021 "difícil".

 

No ano passado, 155 milhões de pessoas em 55 países estavam em situação de "crise" do ponto de vista alimentar. Isso representa 20 milhões de pessoas a mais do que em 2019, segundo o relatório publicado pela Rede, que reúne a a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), a União Europeia e o Programa Alimentar Mundial (PMA).

Mais de 28 milhões de pessoas em 38 países - sendo República Democrática do Congo, Iêmen e Afeganistão os mais afetados - estavam em uma situação de "emergência alimentar. Cerca de 133 mil pessoas estavam em uma situação de "catástrofe/fome" em 2020, em Burkina Faso, Sudão do Sul e Iêmen."Medidas urgentes foram tomadas para prevenir a mortalidade generalizada e um colapso total dos meios de subsistência", enfatiza o relatório.

"Esses números mostram a gravidade da situação e a importância de uma ação rápida e coordenada", declarou Dominique Burgeon, diretor da divisão de emergência e resiliência da FAO. "A resposta não deve ser apenas humanitária, mas também trabalhar nas raízes da insegurança alimentar. Para 100 milhões de pessoas enfrentando uma crise alimentar aguda em 2020, a principal causa estava relacionada a conflitos e à insegurança", diante de 77 milhões em 2019, apontou Burgeon.

Esses conflitos levaram a seis das 10 maiores crises alimentares de 2020 na República Democrática do Congo, Iêmen, Afeganistão, Síria, Nigéria e Sudão do Sul. Para 40 milhões de pessoas, as crises econômicas foram as principais responsáveis pela insegurança alimentar.

Clima

"A pandemia exacerbou as vulnerabilidades" dos sistemas agrícolas "em todos os níveis", disse Burgeon. O impacto socioeconômico da Covid-19 exacerbou as crises no Haiti, Sudão e Zimbábue.

Para 15 milhões de pessoas, os "choques climáticos" foram a principal causa de sua insegurança alimentar, menos do que em 2019 (34 milhões). Em particular, as tempestades tropicais, furacões e inundações agravaram os problemas alimentares na América Central e no Haiti.

Este ano, diz Burgeon, "será um ano difícil", devido aos conflitos que persistem e à fragilidade das economias por causa da pandemia.  "Os conflitos continuarão a ser a principal causa das crises alimentares, enquanto a Covid-19 e as medidas de restrições sanitárias que ela implica continuarão a exacerbar a insegurança alimentar aguda em economias frágeis", prevê o relatório.

(Com informações da AFP)

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