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Bolsonaro diz que 'fique em casa' é para os 'fracos': 'Conversinha mole'

do UOL

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, em Brasília

18/09/2020 15h55

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chamou o isolamento social de "conversinha mole" e disse que a campanha "fique em casa" é "para os fracos". A declaração ocorreu hoje durante um evento em Sorriso, em Mato Grosso, onde o presidente foi recebido por produtores rurais e executivos do agronegócio.

"Vocês não pararam durante a pandemia. Vocês não entraram naquela conversinha mole de 'fique em casa, que a economia a gente vê depois'", afirmou ele a uma plateia formada por ruralistas. "Isso é para os fracos. O vírus, eu sempre disse, era uma realidade, e tínhamos que enfrentá-lo. Nada de se acovardar perante aquilo que nós não podemos fugir dele", completou.

Desde o início da pandemia, Bolsonaro tem adotado uma postura crítica em relação às medidas restritivas para conter a pandemia do novo coronavírus. O presidente sempre argumentou que a rigidez da quarentena era prejudicial à economia do país e, por esse motivo, acumulou divergências com governadores e prefeitos.

Nesta semana, na posse do general Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde, Bolsonaro falou sobre o tema, defendeu o uso da cloroquina no tratamento de infectados apesar da ausência de respaldo científico e criticou os ex-titulares da pasta por terem se recusado a ecoar seu discurso.

"Temos falado dia após dia, 'não fique em casa', receba o diagnóstico clínico do médico", afirmou Pazuello na ocasião.

O Brasil tem um total de 135.203 mortes provocadas pela pandemia. O dado é fruto do levantamento feito pelo consórcio formado por vários veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte. O país é também o terceiro pior em todo o mundo quanto ao número de infectados (4,4 milhões). Os números são da universidade americana Johns Hopkins.

Susto

Mais cedo, em Sinop, também no Mato Grosso, Bolsonaro revelou que seu avião arremeteu ao tentar pousar no aeroporto local.

O procedimento se dá quando o piloto desiste da aterrissagem e, já perto do solo, levanta voo para realizar posteriormente uma nova aproximação. De acordo com o governante, isso ocorreu devido à baixa visibilidade.

Bolsonaro não atribuiu a manobra à fumaça provocada pelas queimadas que se alastraram pelo Pantanal brasileiro e que são objeto de críticas da comunidade internacional à gestão ambiental do governo. Os incêndios já devastaram mais de 3.000 hectares.

"Quando nosso avião foi pousar hoje, ele arremeteu, a segunda vez que acontece na minha vida. Sempre é algo anormal que está acontecendo, no caso é que a visibilidade não estava muito boa. Para nossa felicidade, na segunda vez conseguimos pousar."

Mas, de acordo com o COA (Centro Oeste Airports), empresa que administra o aeroporto João Figueiredo, o procedimento foi necessário por causa da fumaça que paira sobre a região.

A companhia alegou, por outro lado, que não há focos de incêndios no entorno e que a fumaça teria origem em local distante. Sinop está localizada a cerca de 500 quilômetros do Pantanal, segundo informou o COA.

Além do presidente, ocupavam a aeronave ministros como Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura). Ninguém teve ferimentos.

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