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Roma descarta projeto para criar museu sobre fascismo

03/08/2020 19h15

ROMA, 4 AGO (ANSA) - A prefeita de Roma, Virginia Raggi, descartou nesta segunda-feira (3) uma proposta para a construção de um museu sobre o fascismo na capital italiana, alegando que a "cidade é antifascista".   

A decisão bloqueia a moção apresentada por três vereadores do Movimento 5 Estrelas (M5S) na Câmara Municipal e assinada pela conselheira Gemma Guerrini.   

Segundo os autores do projeto, o museu poderia ser uma atração turística, mas com um efeito "libertador", porque serviria "para combater o fascismo". "Seria um polo atraente para excursões escolares, curiosas, apaixonadas e também turistas de todo o mundo", diz o texto.   

A ideia de criar a estrutura dedicada ao fascismo foi duramente criticada pela Associação Nacional dos Partisans Italianos (Anpi) e pelo Partido Democrático (PD), de centro-esquerda.   

"Seria um tapa na cara de uma cidade que recebeu a medalha de ouro da resistência e de muitas vítimas do regime fascista", declarou o secretário do PD na região do Lazio, o senador Bruno Astorre.   

Por sua vez, a Anpi disse estar "alarmada". " Um museu sobre os crimes do fascismo, no exemplo do que foi feito na Alemanha, não está explicitamente previsto", diz o comunicado. "Imagine aqueles que mal podem esperar para mostrar que o fascismo também fez coisas boas?".   

Após a polêmica, Raggi ressaltou que "Roma é uma cidade antifascista" e "não deve haver mal entendidos sobre isso".   

Recentemente, o esforço para a remoção de estátuas confederadas nos Estados Unidos, vinculado ao movimento Black Lives Matter, levou alguns jornais italianos a destacarem o fato de que parte da arquitetura de Roma, construída durante a ditadura de Benito Mussolini, ainda possui símbolos fascistas. (ANSA)
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