Trump anuncia acordo entre russos e sauditas para subir preço do petróleo
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou hoje que Rússia e Arábia Saudita chegaram a um acordo para aumentar o preço do petróleo, reduzindo a oferta entre 10 e 15 milhões de barris, o que desencadeou automaticamente uma reação positiva nos mercados.
"Acabo de falar com o meu amigo MBS (iniciais do príncipe herdeiro saudita, Mohamed bin Salman), que falou com o presidente (Vladimir) Putin, e espero que façam um corte de cerca de 10 milhões de barris e talvez algo substancialmente maior, que, se acontecer, será excelente para a indústria de petróleo e gás", disse o republicano no Twitter.
Em seguida, Trump especificou que o corte pode ser de até 15 milhões de barris. As declarações do presidente americano fizeram com que os contratos de futuros do petróleo subissem 35%, para US$ 27,39, enquanto o preço do barril de petróleo Brent, a referência na Europa, subiu 47%, para US$ 36,29.
Ontem, em entrevista coletiva na Casa Branca, Trump revelou que tinha falado com Putin e Bin Salman para tentar mediar a guerra de preços entre Moscou e Riad. Trump explicou que os dois líderes não tinham chegado a um acordo, mas que cogitavam a possibilidade de se reunir para tentar impedir os danos à indústria petrolífera.
"Os dois países estão falando sobre isso. E eu me juntarei, no momento apropriado, se necessário", disse naquele momento.
Nas últimas semanas, o preço do petróleo caiu para níveis não vistos desde 2002 devido à redução da atividade econômica pelo coronavírus e à ruptura de um acordo entre Moscou e Riad para manter limitado o fornecimento de petróleo.
A ruptura desse acordo ocorreu em 6 de março, em Viena, quando uma reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados, incluindo a Rússia, terminou sem acordo por causa da recusa de Moscou em dar luz verde para um novo corte no bombeamento para equilibrar a queda na demanda causada pela pandemia.
Os 23 países produtores do grupo não conseguiram sequer chegar a acordo sobre uma extensão dos cortes atuais, que expiraram em 31 de março, de modo que a partir de 1º de abril cada um poderia produzir os volumes que quiserem e puderem.
Segundo analistas, o colapso dos preços do petróleo pode acarretar a falência de muitas empresas do setor, especialmente nos Estados Unidos.
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