Capitã alemã depõe na Itália sobre resgate de migrantes
O interrogatório durou quase quatro horas e teve início em meio a uma manifestação de solidariedade à comandante, que chegou a ser presa por forçar a entrada de um navio da ONG Sea Watch com 40 migrantes no porto de Lampedusa, ilha italiana situada no Mediterrâneo.
Ao entrar no porto, a embarcação colidiu com um barco da Guarda de Finanças, o que, segundo o MP de Agrigento, configura "violência contra navio de guerra". "Estou muito feliz por ter tido a oportunidade de explicar os detalhes do resgate de 12 de junho", disse Rackete após o depoimento.
Os salvamento em questão tirou do mar 53 migrantes forçados, dos quais 13 tiveram autorização para desembarcar na Itália por razões de saúde. Os outros 40 só desceram do navio quando Rackete forçou a entrada no porto de Lampedusa, em 29 de junho.
"Agora espero que a Comissão Europeia, após a eleição do novo Parlamento, faça o melhor para evitar situações do tipo e para que os países aceitem pessoas salvas por navios civis", acrescentou a alemã, que não faz mais parte da tripulação da Sea Watch.
Já o advogado de Rackete, Alessandro Gamberini, acusou o ministro do Interior e vice-premier da Itália, Matteo Salvini, que fechou os portos do país para migrantes, de "alimentar um clima de ódio".
A capitã entrou com uma ação contra o líder de extrema direita na Justiça italiana por causa de ofensas a ela nas redes sociais. Em diversos posts, Salvini chamou Rackete de "delinquente", "criminosa", "pirata" e "cúmplice de traficantes". (ANSA)
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