Governo romeno enfrenta moção de censura por política anticorrupção
Bucareste, 18 jun (EFE).- O Parlamento da Romênia debate nesta terça-feira uma moção de censura contra o governo social-democrata, que é acusado pela oposição conservadora de minar a luta contra a corrupção com diferentes medidas desde que chegou ao poder em janeiro de 2017.
A moção, apresentada na semana passada pelo conservador Partido Nacional Liberal (PNL), critica várias leis e decretos aprovados pelo governo nos dois últimos anos, como os que despenalizavam certos crimes de corrupção ou reduziam os prazos de prescrição.
O governo romeno foi duramente criticado pela Comissão Europeia e pelos Estados Unidos porque, para eles, essas reformas reverteram os avanços na luta contra a corrupção alcançados nos últimos anos.
"Não estamos nervosos, temos confiança em nossos parceiros de aliança", declarou sobre o resultado da moção a primeira-ministra, a social-democrata Viorica Dancila, em referência aos membros de coalizão do Partido da Aliança de Liberais e Democratas da Romênia (ALDE).
A moção será debatida e votada entre hoje ou amanhã, conjuntamente pelos deputados e pelos senadores.
Os partidos do governo contam com uma maioria simples de 239 das 465 cadeiras do Parlamento em seu conjunto, por isso que a moção só pode prosperar se deputados dos partidos governamentais se somem a ela.
Além do PNL, líder da oposição, respaldam a moção os parceiros da Aliança 2020 USR PLUS, a União Democrática dos Húngaros da Romênia (UDMR) e outros partidos minoritários.
A moção de censura foi anunciada justamente depois das eleições europeias de 26 de maio, nas quais o PNL venceu o Partido Social-Democrata (PSD) que teve apenas metade dos apoios recebidos nas passadas legislativas.
Nesse mesmo dia, o governo sofreu outra derrota ao triunfar o "sim" em um referendo não vinculativo que pedia a anulação das reformas judiciais em matéria anticorrupção.
No dia seguinte, um tribunal confirmou uma pena de prisão de três anos e seis meses por um crime de corrupção contra o presidente do PSD e verdadeiro homem forte do Governo, Liviu Dragnea, um dos políticos que poderia se beneficiar dessas reformas judiciais. EFE
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