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Boca de urna dá vitória a humorista Zelensky na Ucrânia

21/04/2019 16h07

Caso se confirmem os primeiros resultados, ator inexperiente na política obteve vitória esmagadora sobre presidente Poroshenko, mesmo nas regiões mais nacionalistas do país. Críticos o acusam de conivência com oligarca.O humorista Volodymyr Zelensky é o vencedor do segundo turno das eleições presidenciais da Ucrânia, realizado neste domingo (21/04), com 72,7% dos votos, segundo as pesquisas de boca de urna. Assim ele desbanca o atual presidente, Petro Poroshenko, que obteria apenas 27,3%, segundo pesquisa do canal de televisão 1+1.

Poroshenko já reconheceu sua derrota, ao aceitar os resultados de boca de urna, acrescentando que deixará o cargo "no próximo mês". "Quando vejo os resultados das pesquisas de boca de urna, são evidentes. É motivo para ligar para meu oponente e parabenizá-lo." Ele mostrou-se disponível para apoiar o seu rival na transição: "Vou deixar o cargo, mas quero frisar firmemente que não vou deixar a política."

Zelensky, de 41 anos, alcançou um resultado histórico, dominando as urnas em todas as regiões do país, inclusive no oeste mais nacionalista. No leste, onde nasceu, sua vitória seria arrasadora, já somando mais de 88% dos votos. Os resultados parciais corroboram as pesquisas realizadas durante a campanha eleitoral, que davam a Zelensky mais de dois terços dos votos.

"Obrigado a todos os ucranianos que me apoiaram. Obrigado a todos os ucranianos, onde quer que estejam. Prometo que não falharei com vocês", declarou o comediante em seu comitê, após os resultados das pesquisas serem divulgados.

Zelensky também agradeceu aos soldados e voluntários que estão no leste do país por "protegerem a Ucrânia". Em sua popular série televisiva Servidor do povo, ele interpreta um professor nunca teve um cargo político mas é eleito presidente.

O humorista obteve o dobro da votação de Poroshenko no primeiro turno do pleito presidencial, refletindo a revolta popular contra a corrupção endêmica, uma economia moribunda e o conflito com os insurgentes no leste, apoiados pela Rússia, que já dura cinco anos.

Seus críticos não o veem como uma figura política independente, suspeitando de uma aliança com Ihor Kolomoyskyi – um antes influente oligarca da cidade de Dnipro –, com o fim de impedir um novo mandato de Poroshenko.

Numa crítica implícita ao humorista, depois de votar Poroshenko enfatizou ser "importante guiar-se pela razão, não por gargalhadas", acrescentando que "ao início pode ser engraçado, mas depois pode ser doloroso". Ele salientou, ainda, a necessidade de "defender as conquistas dos últimos cinco anos", referindo-se à criação da Igreja Ortodoxa ucraniana independente, sem laços com a da Rússia.

AV/lusa,efe,dw

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