Startup carioca de audiolivros espera captar US$ 15 milhões para enfrentar a Amazon
A empresa brasileira de audiolivros, Ubook, está se preparando para uma oferta pública inicial de ações (IPO) no Canadá no segundo semestre, estimando levantar entre US$ 8 milhões e US$ 15 milhões na operação, afirmou o presidente-executivo da companhia criada há cerca de quatro anos no Rio de Janeiro.
Segundo o presidente da Ubook, Flávio Osso, os recursos do IPO vão "escalar a produção de conteúdos originais" e ajudar a empresa a "se consolidar como a maior plataforma de streaming de áudio da América Latina e iniciar a expansão para alguns países da Europa".
A Ubook possui 6 milhões de usuários registrados, 15 mil títulos no catálogo e até o final de março deve estar operando em 18 países, incluindo Espanha, Alemanha e México. Osso não revelou o faturamento anual da empresa, mas afirmou que "está na casa dos 8 dígitos". Dentre seus investidores atuais está o fundo Cypress M3 FIP, da Trivèlla M3 Investimentos, que aportou mais de R$ 3 milhões na companhia em 2017.
Segundo a Ubook, 80 a 90 % dos audiolivros disponíveis no Brasil atualmente são produzidos pela companhia, mas o mercado ainda é muito pequeno se comparado aos Estados Unidos, que movimentou 3 bilhões de dólares em 2018, de acordo com relatório da Audio Publishers Association (APA).
No Brasil, um dos rivais potenciais da Ubook é a Amazon.com, citada pela imprensa desde o início de 2017 como interessada em trazer para o Brasil o Audible, seu próprio serviço de streaming de audiolivros, que lidera o mercado norte-americano.
Osso disse que não vê uma potencial vinda do serviço da norte-americana para o Brasil como ameaça ao Ubook.
"A gente conversa com a Amazon para eles virem para cá e ajudarem a construir o mercado, é muito melhor ter 50% de um mercado de US$ 3 a 4 bilhões do que ter 100% de um mercado de US$ 50 milhões."
O executivo afirmou que a Ubook escolheu a bolsa de Toronto para o IPO por conta do maior conhecimento do mercado canadense em empresas de transmissão de áudio pela internet em relação ao público investidor brasileiro.
A estratégia é semelhante à adotada pelas fintechs brasileiras PagSeguro e Stone, que decidiram abrir capital fora do Brasil em 2018, em operações bilionárias que aproveitaram um público investidor muito mais acostumado a empresas de tecnologias.
"O mercado de audiolivros, de streaming de áudio, é muito mais difundido lá. Existe um apetite de investidores, fundos e bancos para investir em empresas 'scale up', que é quando a gente começa a ter projeção global e os mercados lá de fora, principalmente os mercados públicos, estão muito mais acostumados a investir nesse tipo de empresa, então acaba que a captação lá fora é muito mais fácil do que aqui."
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.