Seul se despede de Kim Bok-dong, símbolo da luta contra a escravidão sexual
Seul, 1 fev (EFE).- Centenas de cidadãos sul-coreanos se despediram nesta sexta-feira nas ruas de Seul da ativista Kim Bok-dong, vítima e símbolo da escravidão sexual que sofrida por milhares de mulheres nas mãos das tropas imperiais do Japão durante a Segunda Guerra Mundial.
A agência sul-coreana "Yonhap" estimou em mais de 1 mil pessoas que se reuniram em frente à Câmara Municipal da capital sul-coreana para homenagear a idosa, que faleceu na última segunda-feira, de câncer, aos 93 anos.
Kim Bok-dong foi uma das vítimas da violência sexual dos soldados japoneses sobre a população feminina da Coreia do Sul, e dedicou a sua vida em defender as sobreviventes de abusos que começaram na década de 1930 e duraram até o final da guerra.
Os participantes da homenagem acompanharam o veículo que transportava o caixão da ativista levando 93 bandeirolas, como símbolo da idade dela.
Um alto-falante que emitia gravações da voz de Kim acompanhou a procissão, que terminou em frente a um prédio que era a antiga sede da embaixada japonesa em Seul.
Alguns dos participantes que se juntaram à marcha carregavam borboletas amarelas de papel, enquanto outros carregavam faixas com a mensagem: "Que ela voe como uma borboleta".
Kim era uma das últimas antigas escravas sexuais vivas, que agora são 24, segundo o registro do governo sul-coreano.
Os sul-coreanos receberam com lágrimas o carro fúnebre da mulher que durante décadas defendeu as 200 mil meninas e adolescentes - a maioria coreana, mas também chinesas - que se estima terem sido usadas como escravas sexuais pelos militares japoneses. EFE