Professor: Hamas vê acordo como 'certificado de vitória'; Israel não engole
O grupo extremista Hamas enxerga o acordo de cessar-fogo com Israel como uma espécie de "certificado de vitória", avaliou o professor Michel Gherman, especialista em Oriente Médio, durante entrevista ao UOL News, do Canal UOL, neste sábado (25).
Esse cessar-fogo é um acordo em que, efetivamente, os dois lados têm uma relação bastante diferente com ele: o Hamas o vê como um 'certificado da vitória'; para Israel é um acordo muito difícil de engolir. Michel Gherman, professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro)
O anúncio de acordo entre Israel e Hamas foi feito cerca de dez dias atrás. Foram 15 meses de guerra e mais de 45 mil mortos depois. O pacto, negociado com a participação do Qatar, prevê a troca de reféns e prisioneiros em diferentes etapas, assim como a desocupação gradual da Faixa de Gaza por parte das tropas israelenses.
Quatro jovens israelenses —Liri Albag, Karina Ariev, Daniella Gilboa e Naama Levy— foram libertadas pelo Hamas neste sábado. Imagens divulgadas pelo Exército de Israel registraram o momento em que elas se encontram com militares e a comemoração de suas famílias. Ainda hoje, Israel deverá libertar cerca de 200 prisioneiros palestinos
[O Hamas enxerga o acordo como vitória porque,] afinal de contas, um dos elementos essenciais para a ofensiva de Israel em Gaza era a destruição do grupo que, agora, está negociando com Israel. Ou seja, há uma contradição aí, e mostra que um desses elementos não foi alcançado.
[Para Israel] é difícil engolir porque ele está negociando com um grupo que ele prometeu destruir, é difícil de engolir porque está dando concessões absurdas a um grupo que ele considerou fundamental a sua destruição. E também é difícil de engolir porque isso pode desequilibrar a base de coalisão do próprio de [Benjamin] Netanyahu [primeiro-ministro de Israel]. Então, assim, existe uma percepção diferenciada. Michel Gherman, professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro)
Andreza: 'Trump imprime discurso de ódio'
No UOL News, a colunista Andreza Matais disse que o presidente americano, Donald Trump, põe em prática a política de "Choque e Pavor", imprime o discurso de ódio e trata todo imigrante como se fosse criminoso.
O Trump generalizou e está tratando todo mundo como criminoso. Todos que estão nos EUA, sendo legalizados ou não, devem estar sofrendo. Andreza Matais, colunista do UOL
Na última quarta (22), Trump fechou a fronteira e suspendeu o atendimento a imigrantes e refugiados, deixando milhares sem destino, conforme apontou o enviado especial do UOL Jamil Chade a Ciudad Acunã (México). O Pentágono também mobilizou mais de cinco mil soldados, em um sinal de que a nova administração pretende militarizar de forma inédita a região sul dos EUA.
O governo Trump afirmou ter prendido 538 pessoas que entraram irregularmente no país e deportado "centenas" em aviões do Exército, apenas quatro dias depois de tomar posse. Os números, contudo, não diferem muito das estatísticas do governo anterior liderado pelo democrata Joe Biden, que contabilizou 170 mil prisões em 2023, uma média de 467 por dia.
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