Professor: Suposto gesto nazista de Musk reforça letramento de extremistas
O gesto acionado pelo magnata Elon Musk, logo após a posse do presidente Donald Trump, é uma forma de reforço ao letramento nazista para a base extremista, afirmou o professor de sociologia Michel Gherman no UOL News, do Canal UOL, nesta terça-feira (21).
Quando Elon Musk e o Steve Bannon [ex-assessor de Donald Trump] fazem gestos desse tipo, eles acionam também a possibilidade de pessoas que não tinham acesso a esse gesto, que não conheciam esse tipo de gesto. Eles têm a possibilidade de dialogar com essas pessoas a partir das próprias redes sociais. Isso tem a ver com letramento. Professor Michel Gherman, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro)
Musk foi acusado de fazer um gesto nazista e levantou debate internacional sobre apologia ao nazismo e "apitos de cachorro" para supremacistas brancos. Na imagem, o bilionário bate no peito com a mão direita e estende o braço em direção à plateia, algo que lembra uma saudação nazista.
O movimento controverso teve origem na Roma antiga e foi incorporado ao culto à personalidade do político alemão Adolf Hitler na época do nazismo (1933 - 1945). Na Alemanha, fazer o ato pode gerar multa ou até cinco anos de prisão, segundo explicou a agência de notícias DW.
Então, tem a referência ao apito do cachorro, que é o diálogo com as suas bases. E não tenha dúvida alguma, ele [Musk] sabia do que se tratava, mas também tem a possibilidade de ampliar as suas bases, que há a possibilidade de conexão com essa extrema-direita, ou seja, dialoga e expande a base. Professor Michel Gherman, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro)
O que é o nazismo?
O nazismo tem raízes na Primeira Guerra Mundial, entre 1914 e 1918, e marcou o período de 1933 a 1945 na Alemanha sob o comando de Adolf Hitler, que era líder do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, conforme mostrou reportagem de Ecoa, plataforma do UOL, em 2022. O regime se apoia em um governo totalitarista, antissemita e eugenista —movimento que defendia que o povo alemão era geneticamente mais evoluído que os outros seres humanos.
O fim do nazismo se deu quando a Alemanha Nazista é derrotada pelos países aliados em 1945, sobretudo pela ação do exército soviético e a morte do fuhrer alemão. A vitória inicia os primeiros passos para o fim da Segunda Guerra Mundial, que se encerra mais tarde naquele ano.
Josias: 'Trump deve conspirar para fracasso da COP 30'
No UOL News, Josias também afirmou que o presidente americano, Donald Trump, deve conspirar para que a COP 30, encontro global para discutir as mudanças climáticas, seja um fracasso. O evento está previsto para ocorrer em novembro, em Belém (PA).
O negacionismo do Trump torna indiscutivelmente mais difícil o cumprimento de metas climáticas, que já estão aí sendo sistematicamente descumpridas. E é triste que isso ocorra no momento em que o Brasil se equilibrou para sediar esse encontro. Certamente, o Trump não estará presente e vai conspirar para que o encontro seja malsucedido. Esse é o drama, e o Brasil está no epicentro do problema. Josias de Souza, colunista do UOL
O governo brasileiro espera receber cerca de 100 mil visitantes ao longo das duas semanas de conferência. Em 2024, a COP 29, realizada em Baku, no Azerbaijão, recebeu 54.148 participantes presenciais entre delegações, observadores, convidados e equipe de suporte inscritos.
Ao Canal UOL, o colunista Leonardo Sakamoto disse que o esvaziamento do evento após a eleição de Trump já era esperado por organizadores.
Essa possibilidade de esvaziar a COP 30 não é novidade para quem estava organizando o evento. Quando, por exemplo, a Kamala Harris perdeu a eleição para o Biden, ou seja, a política claramente ia ter uma interrupção, o próprio Biden, quando vem para o G20, faz eventos com o Lula para tentar reforçar a pauta ambiental, porque sabia que não ia ter presidente dos Estados Unidos defendendo o meio ambiente na COP 30 meses depois. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
O UOL News vai ao ar de segunda a sexta-feira em duas edições: às 10h, com apresentação de Fabíola Cidral, e às 17h, com Diego Sarza. Aos sábados, o programa é exibido às 11h e 17h, e aos domingos, às 17h.
Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL. O Canal UOL também está disponível na Claro (canal nº 549), Vivo TV (canal nº 613), Sky (canal nº 88), Oi TV (canal nº 140), TVRO Embratel (canal nº 546), Zapping (canal nº 64), Samsung TV Plus (canal nº 2074) e no UOL Play.