Trump 2.0: revistas francesas analisam novidades do novo mandato do bilionário americano
A pouco mais de um mês para a volta ao poder de Donald Trump nos Estados Unidos, as revistas semanais analisam características do próximo governo Trump, desde promessas de acabar com o conflito na Ucrânia, nomeação do pai do genro para a embaixada em Paris e a importância dada às criptomoedas.
Entre as promessas feitas com estardalhaço está a de acabar com o conflito entre Rússia e Ucrânia em 24 horas. "A questão é preocupante, pois as consequências do comportamento de Trump podem ser profundas - tanto para a Ucrânia quanto para a Europa", analisa a revista L'Express.
"Sem uma rota clara, as especulações vão a mil. E o cenário de um acordo com o Kremlin, às custas da Ucrânia, causa calafrios nos apoiadores de Kiev", acrescenta L'Express.
Já a revista Nouvel Obs destrincha uma das nomeações para o novo gabinete. O cargo de embaixador dos EUA na França, posto estratégico e de extrema importância, vai para Charles Kushner, pai de Jared, casado com Ivanka, filha de Trump.
Assim como Trump, Kushner pai enriqueceu no setor imobiliário. A família Kushner tem fortuna estimada em US$ 7,1 bilhões, segundo a revista Forbes.
Condenado em 2005 por fraude fiscal, suborno de testemunhas e contribuições ilegais a campanhas eleitorais, Charles Kushner passou mais de um ano na prisão. Ele era doador importante do Partido Democrata, até virar casaca, em 2015.
A nomeação de Kushner para Paris ainda precisa ser confirmada pelo Senado, informa Nouvel Obs. O posto promete dificuldades, já que as posições entre Paris e Washington divergem, especialmente sobre a Otan, a Ucrânia e questões comerciais.
Criptomoedas em alta
A revista Le Point analisa a proeminência que vem tendo a criptomoeda Bitcoin.
Desde a vitória de Trump, ou seja, há um mês, a moeda valorizou 50%. Analistas econômicos alertam para a volatilidade da moeda. O magnata, que tantas vezes criticou as criptomoedas, dizendo que se "baseiam no vento", mudou radicalmente de opinião, provavelmente por conta da influência do novo amigo, Elon Musk, fervoroso defensor do bitcoin.
Para Le Point, outro fator da conversão tardia de Trump pode se dever "ao fato de ele mesmo e seus filhos terem decidido entrar no negócio das criptomoedas com a criação da sua própria plataforma de troca, a World Liberty Financial. Para o presidente bilionário, o senso de negócios familiares se sobrepõe à força das convicções", diz a revista.