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Israel lança novos ataques no Líbano e dificulta aplicação do acordo de cessar-fogo

Imagem aérea mostra cidade de Nabatieh, no sul do Líbano, um dia após o cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah, em 28 de novembro de 2024 - -/AFP
Imagem aérea mostra cidade de Nabatieh, no sul do Líbano, um dia após o cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah, em 28 de novembro de 2024 Imagem: -/AFP

30/11/2024 10h55

O Exército israelense anunciou ter bombardeado neste sábado (30) estruturas militares do Hezbollah localizadas perto da fronteira entre a Síria e o Líbano. Segundo a Força Aérea israelense, os locais são "usados ativamente" pelo partido xiita para "transferir armas".

As forças israelenses também "localizaram e confiscaram armas que estavam escondidas em uma mesquita por terroristas do Hezbollah" na região sul e realizou "operações para retirar suspeitos", segundo um comunicado.

O ataque ilustra a "fragilidade" do cessar-fogo concluído entre o Líbano e Israel em 27 de novembro, após dois meses de guerra. Os combates já deixaram 3.900 mortos e quase 17.000 feridos no país.

Além dos bombardeios aéreos, um drone israelense atacou um carro na região de Tiro, na manhã deste sábado, e quatro projéteis caíram na cidade de Khiam, no setor leste da fronteira.

Três pessoas, incluindo uma criança de sete anos, também ficaram feridas em um ataque israelense a um veículo em Majdal Zoun, no sul do país, informou o Ministério da Saúde libanês em um comunicado, divulgado neste sábado.

Na noite de sexta-feira para sábado, o Exército israelense lançou sinalizadores e disparou rajadas de metralhadora em vários vilarejos.

Segundo o correspondente da RFI em Beirute, Paul Khalifeh, Israel tem desrespeitado o cessar-fogo e atrapalhado o retorno dos deslocados, além de dificultar a ação do Exército libanês prevista no acordo assinado com o apoio da França e dos EUA.

Interpretação do cessar-fogo

Fontes políticas e militares libanesas acusam Israel de impor sua interpretação do acordo de cessar-fogo. Ele prevê a retirada do Exército israelense do sul do Líbano em 60 dias, o recuo do Hezbollah para o norte do rio Litani, a cerca de 30 quilômetros da fronteira com Israel, e o desmantelamento de sua infraestrutura militar no sul do país.

O acordo não autoriza as tropas israelenses a terem "liberdade de ação em território libanês", mas o país alega que esse direito está citado em um anexo, assinado como garantia com os Estados Unidos. O problema é que o Líbano não ratificou esse documento que constitui, segundo o governo do país, uma violação da sua soberania nacional.

O general, Joseph Aoun, chefe das Forças Armadas libanesas, demonstrou "preocupação" com os frequentes ataques israelenses ao país. Ele disse que falou sobre o assunto com o chefe do comitê americano encarregado de supervisionar a implementação do cessar-fogo. O oficial, que chegou a Beirute nesta sexta-feira, prometeu abordar a questão com os israelenses.

RFI e AFP

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