Prefeito de Nova York se declara inocente de acusações de corrupção
O prefeito de Nova York, Eric Adams, declarou-se inocente de acusações de fraude e suborno, em sua primeira audiência no tribunal do sul de Manhattan, em um caso que abalou a cidade.
"Não sou culpado, meritíssimo", afirmou o democrata de 64 anos durante a leitura formal das acusações. Após a sessão, ele saiu do tribunal sem fazer comentários, limitando-se a levantar o polegar.
Adams está sendo processado por ter sido, ao longo dos anos, "inundado de presentes", em sua maioria da Turquia, sem declará-los, como era obrigado, segundo o promotor federal de Manhattan, Damian Williams.
A acusação envolve fraude eletrônica, solicitação ilegal de contribuições eleitorais de uma pessoa estrangeira e recebimento de subornos pagos por um funcionário turco.
Em troca, Adams teria utilizado sua influência para acelerar a construção de um arranha-céu que abrigará a missão da Turquia nas Nações Unidas e seu consulado geral.
Os supostos crimes remontam a cerca de uma década atrás, quando esse ex-capitão da Polícia de NY era responsável pelo distrito de Brooklyn.
A acusação também menciona voos em uma companhia aérea turca e estadias em hotéis de luxo como parte dos presentes recebidos de doadores estrangeiros.
O caso enfraquece o responsável pela maior cidade dos Estados Unidos, com 8,5 milhões de habitantes, que até recentemente era uma figura em ascensão no campo democrata.
Pouco após o seu comparecimento na corte, veículos de comunicação reportaram que uma assessora próxima de Adams, Ingrid Lewis-Martin, que voltava de uma viagem, foi interceptada no aeroporto por investigadores, que confiscaram seus telefones enquanto sua casa era revistada.
Segundo prefeito afro-americano de Nova York, ex-capitão da polícia da cidade, Adams tinha prometido melhorar a segurança da metrópole, mas sua popularidade foi caindo à medida que foram se multiplicando as suspeitas de corrupção na Prefeitura.
Esta é a primeira vez que um prefeito de Nova York no exercício do cargo é acusado criminalmente e o Partido Democrata corre o risco de ser afetado por este caso a 40 dias das eleições presidenciais, nas quais a democrata Kamala Harris vai enfrentar o republicano Donald Trump, que aparecem ombro a ombro nas pesquisas.
Até o momento, Adams permanece em liberdade e descartou a possibilidade de renunciar.
Vários legisladores da ala à esquerda do Partido Democrata originários de Nova York, entre eles a deputada Alexandra Ocasio-Cortez, pediram que o prefeito renuncie. A governadora do estado, a também democrata Kathy Hochul, que tem o poder de destituí-lo, anunciou ontem que está analisando as acusações e ponderando sua decisão.
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