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Irã minimiza ataque atribuído a Israel, que bombardeia Gaza

20/04/2024 00h22

O Irã minimizou o ataque desta sexta-feira (19) atribuído a Israel e o comparou a uma "brincadeira de criança". As duas partes parecem querer acalmar a situação e não mergulhar nas hostilidades decorrentes do conflito na Faixa de Gaza. 

"O que aconteceu ontem à noite não foi um ataque. Foi uma voo de dois ou três quadricópteros, como os brinquedos de nossas crianças no Irã", ironizou o ministro das Relações Exteriores iraniano, Amir Abdollahian, à NBC News.

"Enquanto não houver novas aventuras do regime israelense contra interesses iranianos, não responderemos", esclareceu na entrevista, transmitida na sexta-feira. 

A imprensa estatal iraniana noticiou explosões perto de uma base militar em Isfahan, centro do país, devido à interceptação "bem sucedida" de pequenos drones pelo sistema de defesa antiaérea. 

A imprensa americana afirmou, citando autoridades, que trata-se de uma resposta de Israel a Teerã pelo ataque de 13 de abril.

Segundo o Washington Post, que citou uma autoridade israelense sob anonimato, o objetivo do ataque foi demonstrar que Israel é capaz de atingir o interior de seu território. 

Um funcionário do Congresso americano, que não quis ser identificado, confirmou à AFP que Israel atacou o Irã. 

As explosões desencadearam uma onda de apelos internacionais à calma, em uma região sob tensão desde 7 de outubro devido à guerra em Gaza entre Israel e o movimento Hamas, apoiado por Teerã. 

O exército israelense continuou neste sábado seus bombardeios no território palestino, onde 2,4 milhões de pessoas estão em risco de fome, segundo a ONU. Também matou dez "terroristas" e prendeu oito durante uma incursão no acampamento de Nur Shams, na Cisjordânia ocupada, onde a violência tem aumentado desde o início da guerra.

- Haniyeh na Turquia -

O conflito começou após o ataque do movimento palestino no sul de Israel, no qual militantes islamistas mataram cerca de 1.170 pessoas e sequestraram 250, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais israelenses. 

Em resposta, Israel prometeu "aniquilar" o Hamas, que considera uma organização terrorista como a União Europeia e os Estados Unidos, e lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza. 

A operação já deixou 34.049 mortos, segundo o Ministério da Saúde do território governado pelo grupo islamista desde 2007. 

O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, reuniu-se na Turquia com o presidente Recep Tayyip Erdogan, enquanto o Catar afirmou querer reavaliar seu papel de mediador no conflito. "É vital que os palestinos ajam com união nesse processo. A resposta mais forte a Israel e o caminho para a vitória passam pela união e integridade", declarou Erdogan.

O Exército israelense afirmou hoje que bombardeou "dezenas de alvos terroristas" no norte de Gaza.

Outro ataque israelense matou nove membros de uma mesma família em Rafah, no extremo sul do território, segundo a Defesa Civil. Etão abrigados na cidade cerca de um milhão e meio de palestinos deslocados pela guerra, segundo a ONU.

- Incursão na Cisjordânia ocupada -

O suposto ataque israelense levantou temores de uma escalada no Oriente Médio, especialmente depois do Irã lançar, na noite de 13 de abril, um ataque sem precedentes com drones e mísseis contra o território israelense - embora a grande maioria dos projéteis tenha sido interceptada.

Teerã apresentou a operação como um ato de "legítima defesa", em resposta ao bombardeio contra seu consulado em Damasco em 1º de abril, que matou sete Guardiões da Revolução.

No Iraque, uma "explosão" noturna em uma base militar deixou pelo menos um morto e oito feridos, informaram autoridades neste sábado. As circunstâncias ainda não estão claras.

No sul do Líbano, região que faz fronteira com Israel, três combatentes do movimento pró-iraniano Hezbollah morreram em um bombardeio israelense, disse à AFP uma fonte ligada ao grupo.

A violência também se intensificou na Cisjordânia, onde "as forças de segurança eliminaram 10 terroristas durante os confrontos", indicou o exército, em uma operação em andamento há mais de 40 horas.

A Autoridade Palestina, que administra parcialmente a Cisjordânia ocupada, informou que vai reconsiderar suas relações com os Estados Unidos, após Washington vetar sua admissão como membro pleno da ONU.

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© Agence France-Presse

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