Protestos antimineração no Equador deixam 46 civis e agentes feridos em uma semana
Um protesto contra a mineração no Equador, com a participação de indígenas, deixou nove civis e 37 policiais e militares feridos durante confrontos registrados na última semana, informou o Ministério do Governo nesta quarta-feira (27).
"Atores externos à área buscam semear o caos e a instabilidade, gerando embates entre a comunidade e as forças da ordem, resultando até o momento em nove cidadãos e 37 uniformizados feridos", disse a pasta em um comunicado.
Dois veículos foram incendiados e houve danos à propriedade privada devido às manifestações em Palo Quemado, na província de Cotopaxi, acrescentou.
Palo Quemado é uma das três localidades onde se encontra um projeto minerador de 2.222 hectares em uma área com zinco, cobre, prata e ouro concedida à empresa La Plata, subsidiária da canadense Atico Mining Corporation, que planeja explorá-la de forma subterrânea.
Alguns setores da população e indígenas, como membros da poderosa Confederação de Nacionalidades Indígenas (Conaie), se opõem a esse projeto, que está agora em fase de exploração.
Integrantes da Conaie e ativistas protestaram nesta quarta em frente à sede do Ministério do Meio Ambiente em Quito, que está protegida por policiais e militares.
Os protestos em Palo Quemado ocorrem há uma semana em meio à fase informativa realizada pelo Ministério do Meio Ambiente como etapa anterior a uma consulta ambiental obrigatória para a concessão de licenças de operação.
O Ministério do Governo apontou que desde 19 de março a força pública está resguardando em Palo Quemado o processo de socialização do projeto minerador.
Informou também que nesta quarta ocorreu um ataque contra os tubos que transportam água para a comunidade, que ficou sem esse serviço. "Não permitiremos que esses atos se disfarcem sob uma suposta luta pelos direitos ambientais", declarou.
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