Bolsonaro se reúne com deputada alemã investigada por propagar ideias neonazistas
Uma foto do encontro, que não estava previsto na agenda oficial, foi publicada pela parlamentar em seu perfil no Instagram nesta segunda-feira. "Um encontro impressionante no Brasil: gostaria de agradecer ao Presidente brasileiro a amistosa recepção e estou impressionada com sua clara compreensão dos problemas da Europa e dos desafios políticos de nosso tempo", escreveu Beatrix. ]
Ela é investigada pelo serviço de Inteligência alemão por propagar ideias neonazistas, xenofóbicas e extremistas. Na foto, além da parlamentar e de Bolsonaro, também está o marido de Beatrix, Sven von Storch.
Na semana passada, Beatrix já havia se reunido com os deputados federais Eduardo Bolsonaro (PSL-DF) e Bia Kicis (PSL-DF), presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Tanto o Museu do Holocausto quanto a Confederação Israelita do Brasil criticaram o encontro, sem citar os nomes dos envolvidos. Beatrix é neta de Lutz Graf Schwer, que foi ministro das Finanças de Hitler.
"Alternativa para a Alemanha é um partido político alemão de extrema-direita, fundado em 2013, com tendências racistas, sexistas, islamofóbicas, antissemitas, xenófobas e forte discurso anti-imigração", disse o Museu do Holocausto em nota no dia do encontro de Beatriz com Bia Kicis. "É evidente a preocupação e a inquietude que esta aproximação entre tal figura parlamentar brasileira e Beatrix von Storch representam para os esforços de construção de uma memória coletiva do Holocausto no Brasil e para nossa própria democracia."
"A Conib lamenta a recepção dada a representante do partido Alternativa para a Alemanha (AfD) em Brasília. Trata-se de partido extremista, xenófobo, cujos líderes minimizam as atrocidades nazistas e o Holocausto. O Brasil é um país diverso, pluralista, que tem tradição de acolhimento a imigrantes. A Conib defende e busca representar a tolerância, a diversidade e a pluralidade que definem a nossa comunidade, valores estranhos a esse partido xenófobo e extremista", afirma a Conib.