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Magnata pró-democracia é preso novamente em Hong Kong

03/12/2020 09h09

PEQUIM, 3 DEZ (ANSA) - O magnata da mídia e apoiador dos protestos contra a China, Jimmy Lai, foi preso novamente nesta quinta-feira (03) após comparecer a um tribunal de Hong Kong, onde responde por uma acusação de fraude e "conluio com forças estrangeiras".   

Lai, 73 anos, proprietário do tabloide "Apple Daily", sempre se posicionou a favor das manifestações pró-democracia e, ao lado de outros empresários de mídia, vem sofrendo com as acusações do governo local. Segundo a Justiça, a decisão pela detenção e pela negação do pagamento de fiança foi pelo "risco de fuga" até o início do processo, marcado para abril do ano que vem.   

O empresário será julgado por um tribunal que tem juízes indicados já com base na polêmica lei de segurança nacional, aprovada em junho deste ano, que prevê penas pesadas para quem cometer "crimes" de subversão, secessão ou colusão com forças estrangeiras. Desde que foi aprovada, as autoridades locais intensificaram a ação contra pessoas que ajudam na divulgação, no financiamento ou na organização dos protestos anti-Pequim.   

Para diversos países ocidentais, a nova legislação impede que os honcongueses se manifestem livremente e fere o princípio de "um país, dois sistemas".   

As acusações de fraude referem-se ao aluguel do prédio onde fica a sede do "Apple Daily" e envolvem também outros dois diretores do jornal e da empresa Next Digital, Royston Chow e Wong Wai-keung.   

Entre as várias acusações, em particular, está uma sobre a utilização do espaço não estar em linha com o que permite o contrato de locação entre 2016 e 2020, que teria sido sublocado com "vantagens" para o tabloide.   

A prisão de hoje é mais um passo da investigação midiática feita por policiais na sede do "Apple Daily" em agosto desse ano, quando cerca de 200 policiais foram ao prédio para prender Lai e outras seis pessoas, além de confiscarem documentos. Caso seja condenado por conluio, Lai pode pegar a pena máxima, de prisão perpétua, segundo a nova lei de segurança nacional .   

(ANSA).   

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