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Cidade na Flórida é processada por prisão de menino de oito anos em escola

Ação da polícia da cidade de Key West, na Flórida - Reprodução
Ação da polícia da cidade de Key West, na Flórida Imagem: Reprodução
do UOL

Do UOL, em São Paulo

12/08/2020 12h42

A família de um menino de dez anos com deficiência intelectual abriu um processo federal contra a cidade de Key West, na Flórida, por causa da prisão da criança, ocorrida há dois anos.

A polícia da cidade norte-americana prendeu o menino, então com oito anos, em uma escola primária. De acordo com a CNN, a criança teria batido em uma professora. As imagens da câmera corporal do policial foram divulgadas na última segunda-feira (10) pelo advogado de direitos civis Ben Crump.

Representada por Crump, Devon Jacob e Sue-Ann Robinson, a mãe do menino iniciou o processo alegando que os policiais usaram força excessiva e que os funcionários da escola não intervieram na situação.

Além disso, a ação aponta que a cidade e o distrito violaram a Lei dos Americanos com Deficiência (ADA, na sigla em inglês).

Em comunicado enviado ao jornal Miami Herald, o chefe de polícia da cidade de Key West, Sean T. Brandenburg, disse que seus policiais não fizeram nada de errado e que seguiram os procedimentos operacionais padrão.

A mãe, Bianca N. Digennaro, disse em uma coletiva de imprensa ontem que seu filho foi levado para a prisão e teve impressões digitais, amostras de DNA e fotos tiradas naquele dia.

"Este é um exemplo comovente de como nossos sistemas educacionais e policiais treinam crianças para serem criminosas, tratando-as como criminosas. Se condenada, a criança neste caso seria um criminoso condenado aos oito anos de idade", disse Crump em comunicado.

Prisão em 2018

A polícia agiu para prender o menino depois que ele supostamente agrediu uma professora, que não ficou ferida, de acordo com um relatório da polícia de Key West.

Segundo o boletim de ocorrência, o menino teria dado um soco no peito da professora após ela pedir para ele se sentar apropriadamente em um banco do refeitório da escola.

Nas imagens divulgadas, um policial faz uma pequena revista e pede que a criança coloque as mãos atrás das costas. Ao tentar colocar algemas no garoto, que estava chorando, ele percebe que elas não cabem em seus pulsos. "Suas mãos são muito pequenas", disse o oficial.

Bianca N. Digennaro contou que seu filho, agora com 10 anos, está melhor, mas que o incidente foi traumático. "Estou com o coração partido por isso ter acontecido com meu filho", disse.

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