Mercado prevê inflação maior e taxa Selic em 13,25% ao ano nesta semana

Os analistas do mercado financeiro consultados semanalmente pelo BC (Banco Central) elevaram, pela 15ª vez consecutiva, as expectativas de inflação para 2025. Ao mesmo tempo, as projeções apresentadas pelo Relatório Focus nesta segunda-feira (27) apontam para um novo aumento de 1 ponto percentual da taxa básica de juros na próxima quarta-feira (29).
Como devem ficar os juros
Mercado projeta quarta alta seguida da taxa Selic nesta semana. A previsão considera a elevação de 1 ponto percentual para a taxa Selic, dos atuais 12,25% ao ano para 13,25% ao ano. A definição será a primeira do Copom (Comitê de Política Monetária) neste ano.
Reunião será a primeira comandada por Gabriel Galípolo. Ele assumiu a cadeira de Roberto Campos Neto, amplamente criticado por integrantes do governo do presidente Lula justamente pelo elevado nível da Selic. Ainda assim, Galípolo tem sinalizado para a manutenção da política monetária contracionista, com "juros mais altos por mais tempo".
Copom já indicou para a alta de 1 ponto percentual da taxa Selic. Na ata da última reunião, o Copom projetou mais duas elevações de igual magnitude dos juros básicos. Se confirmada, a decisão elevará a Selic a 14,25% ao ano no mês de março.
O Comitê decidiu, unanimemente, pela elevação de 1 ponto percentual na taxa Selic e pela comunicação de que, em se confirmando o cenário esperado, antevê ajuste de mesma magnitude nas próximas duas reuniões.
Ata do Copom
Analistas projetam juros básicos em 15% ao ano até dezembro. As expectativas sinalizam para mais elevações da taxa Selic depois de março. A visão considera a necessidade de utilizar os juros em patamares elevados como alternativa para conter o aumento da inflação.
Previsões para a taxa Selic ao final de 2026 e 2027 voltam a subir. Os analistas elevaram, pela segunda semana consecutiva, as projeções para a taxa Selic no próximo ano, de 12,25% ao ano para 12,5% ao ano. Para 2027, a variação subiu de 10,25% ao ano para 10,38% ao ano. A aposta para 2029 segue estável em 10% ao ano.
Como deve ser a inflação
Analistas preveem inflação em 5,5% ao final deste ano. A variação estimada corresponde à 15ª alta consecutiva das previsões para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Há uma semana, a aposta era de alta do índice em 5,08%. Há quatro, a projeção sinalizava para uma alta de 4,96%.
Projeção mostra IPCA acima do teto da meta. O intervalo estabelecido pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) para a inflação é de 3%. O valor tem margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, entre 1,5% e 4,5%. A partir deste ano, o BC precisa justificar cada furo da meta no acumulado em 12 meses por seis meses consecutivos.
IPCA estimado para este mês de janeiro é de 0,12%. Se confirmado, o percentual resultará na perda de força do índice em relação à variação de 0,52% apurada em dezembro. O resultado será limitado pelo chamado "bônus Itaipu", que reduziu o valor das tarifas de energia devido à distribuição do saldo positivo da hidrelétrica.
Expectativas para 2026 e 2028 subiram novamente. Para o ano que vem, as expectativas apontam para alta de 4,22% do índice de preços, ante alta prevista de 4,1% há uma semana. Já para 2028, a variação esperada passou de 3,58% para 3,73%. A estimativa para 2027 permanece estável em 3,9% há três semanas.