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Wálter Maierovitch: 'Não dá mais para aguentar um governo irresponsável'

do UOL

Do UOL, em São Paulo

05/05/2021 12h51Atualizada em 05/05/2021 13h29

O jurista Wálter Maierovitch defendeu o impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e afirmou que o Brasil não pode mais "aguentar um governo irresponsável" e que "passa bem no limite do genocídio". As declarações foram dadas em entrevista ao UOL News na tarde de hoje.

Não dá mais para aguentar um governo irresponsável, que passa bem no limite do genocídio
Wálter Maierovitch, em entrevista ao UOL News

O jurista afirmou, no entanto, que apenas a pressão popular poderia levar a um eventual impeachment de Bolsonaro. Isso porque apenas o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que é aliado de Bolsonaro, pode aceitar a abertura de um processo de impedimento.

Maierovitch disse que o Bolsonaro cometeu crime de responsabilidade, que é passível de impeachment, na gestão da pandemia de covid-19. Segundo o jurista, o presidente não agiu para combater o avanço da doença e contrariou recomendações de autoridades em saúde e sanitárias.

"Temos uma violação à Constituição, porque ela protege a saúde pública, exige do governante a probidade. O impeachment é uma solução, nós necessitamos do impeachment", declarou.

Crime comum

Maierovitch afirmou também que Bolsonaro cometeu crime contra a saúde pública ao promover aglomerações e não utilizar máscara nessas ocasiões. Porém, o presidente só responderá por esses atos se houver uma denúncia formal por parte do Procurador-Geral da República, Augusto Aras.

"Ele é o único que pode propor ação penal por crime comum contra o Presidente da República. Vai fazer isso? Ele tem perfil bolsonarista, o que ele já fez até agora a gente já sabe", declarou.

Impeachment agora é improvável, diz Sakamoto

Para o colunista do UOL Leonardo Sakamoto, que também participou do UOL News, um impeachment de Bolsonaro neste momento é improvável, mesmo com o andamento da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid no Senado.

Um dos motivos, segundo ele, é que ainda não há pressão popular das pessoas nas ruas como foi no caso do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

"Manifestações de rua como as que derrubaram Dilma são impensáveis neste momento [de pandemia]. Esse grupo de pessoas não vai à rua nesse momento sabendo que pode morrer", afirmou.

Segundo Sakamoto, é mais provável que a CPI da Covid traga impactos para Bolsonaro nas eleições do ano que vem do que um impedimento no curto prazo.

"Pode ser que o resultado da CPI funcione mais para a eleição de 2022 do que para agora", declarou.

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