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Presidente argentino pede alívio de dívida ampliado a países de renda média

21/04/2021 21h28

Soldeu (Andorra), 21 abr (EFE).- O presidente da Argentina, Alberto Fernández, disse nesta quarta-feira, ao participar da Cúpula Ibero-Americana, que é "imperativo" que as iniciativas de "alívio" de dívidas que estão ocorrendo no mundo sejam estendidas aos países de renda média com "alta vulnerabilidade".

"Precisamos de medidas financeiras mais ambiciosas. É imperativo que as iniciativas de alívio da dívida e extensão da iniciativa de suspensão do serviço da dívida sejam estendidas aos países de renda média com alta vulnerabilidade", disse Fernández durante seu discurso, realizado por videoconferência.

O pedido foi feito poucos dias depois de o Fundo Monetário Internacional (FMI), órgão com o qual a Argentina está renegociando o financiamento de uma dívida de US$ 44 bilhões contraída em 2018, aprovar a extensão do alívio imediato de dívidas para 28 países - a maioria deles na África - para ajudá-los a enfrentar o impacto econômico da pandemia de covid-19.

RECUPERAÇÃO INCLUSIVA.

Em seu discurso por teleconferência no evento realizado em Andorra, Fernández pediu que sejam promovidos nos países de renda média "novos horizontes de pagamento e taxas mais flexíveis juntamente com uma consideração de risco de crédito adaptada às circunstâncias atuais".

"Em termos de direitos de saque especiais, é necessário avançar com o debate atual sobre a transferência desses direitos para os países em desenvolvimento, incorporando elementos de ação climática pelos países beneficiários, de modo que se estabeleça uma relação virtuosa entre alívio financeiro e cuidado ambiental", acrescentou.

A XXVII Cúpula Ibero-Americana de Chefes de Estado e de Governo está sendo realizada em Andorra em formato semipresencial com o tema "Inovação para o desenvolvimento sustentável - Objetivo 2030". Ibero-America enfrentando o desafio do Coronavírus".

A reunião se concentra na recuperação econômica, no acesso às vacinas e no efeito da crise sanitária sobre os setores mais vulneráveis.

Fernández destacou a necessidade de "uma arquitetura financeira inclusiva para os países de renda média", que ele lembrou "serem o lar de 75% da população e onde 62% da pobreza é encontrada".

"Uma recuperação que não inclua países emergentes e de renda média não merece ser chamada de recuperação. Não só será mais do mesmo, mas será pior do que o mesmo", enfatizou.

DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DE VACINAS.

Fernández disse ainda que a distribuição universal de vacinas tem um "papel fundamental" na recuperação econômica, mas lamentou que os "resultados auspiciosos" alcançados pela comunidade científica internacional não tenham sido distribuídos de "forma igualitária".

"A iniciativa Covax (da ONU), embora valiosa, é claramente insuficiente e deve ser reforçada para superar as dificuldades que estamos enfrentando em termos de fornecimento aos países em desenvolvimento de baixa e média renda", afirmou.

Parafraseando o ex-presidente argentino Juan Domingo Perón, ele enfatizou que hoje, mais do que nunca, a frase "unidos ou dominados" tem um significado especial.

"Unidos pela solidariedade ou dominados pelo medo. Unidos pela integração criativa ou dominados pela divisão infértil. Unidos pela justiça social ou dominados pela ganância", ressaltou, comprometendo-se a levar ao G20 a ideia de que os países podem adotar na agenda global "uma direção clara de desenvolvimento sustentável, inclusivo e conectado".

Pouco antes de terminar seu discurso, Fernández referiu-se ao "apoio unânime" que disse que os países ibero-americanos deram ao "apoio contínuo" para a retomada das negociações entre a Argentina e o Reino Unido "para encontrar uma solução rápida" sobre a disputa de soberania das ilhas Malvinas. EFE

rgm/id

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