Extrema-direita alemã silencia suas divisões e ataca a 'loucura' anticovid
Dresden, Alemanha, 10 Abr 2021 (AFP) - A extrema-direita alemã optou neste sábado (10) por colocar suas divisões em espera e aguardar antes de escolher seus candidatos para as eleições de setembro, ao mesmo tempo em que ataca a "loucura" das restrições sanitárias por causa da covid-19.
A grande entrada de parlamentares no Bundestag, em 2017, que fez da Alternative for Germany (AfD) a primeira força de oposição a Angela Merkel, parece agora muito distante.
O partido de extrema-direita atravessa uma forte crise de identidade e liderança que ameaçava vir à tona neste fim de semana em Dresden, reduto do movimento islamofóbico Pegida e, mais recentemente, da oposição às restrições contra a covid-19.
Mas a liderança do partido e seus oponentes na ala radical, próximos aos neonazistas, optaram por enterrar o conflito temporariamente.
As petições que pediam a eleição de líderes neste fim de semana para as eleições parlamentares de 26 de setembro - que marcarão o fim da era Merkel - foram retiradas, como queria o líder do partido contestado, Jörg Meuthen.
No entanto, poucas surpresas são esperadas. Tino Chrupalla, um ex-artesão de 45 anos que se tornou deputado da Saxônia e co-presidente do partido, detém a chave para representar a ala mais dura do partido no parlamento no futuro.
O outro extremo poderia ser representado por Joana Cotar, deputada de 48 anos, de Hesse, que passou pelo partido democrata-cristão de Merkel.
Ambos deveriam substituir Alexander Gauland, de 80 anos, e Alice Weidel, que é suspeita de financiamento ilegal e que confirmou no sábado que não é candidata a ter responsabilidades.
Da mesma forma, foi recusada uma petição de um grupo de 600 delegados para destituir Meuthen, qualificado como impróprio para "enfrentar o desafio de seu cargo".
Outra petição poderia ser votada no fim de semana para limitar a dois o número de mandatos dos dirigentes, o que causaria a saída de Meuthen no final do ano.
Esta reunião partidária é oficialmente dedicada à apresentação do programa eleitoral, mais ou menos idêntico ao de 2017.
As diretrizes são as mesmas, desde a proposta de saída do euro ao restabelecimento da obrigatoriedade ao serviço militar, passando pela diminuição da imigração à recepção de "perseguidos cristãos e fazendeiros brancos da África do Sul", ou uma reaproximação com a Rússia.
Mas é sobretudo no campo da saúde que os dirigentes da AfD direcionam suas críticas.
O partido, que tenta se aproveitar do movimento anti-máscara, muito ativo na Alemanha, quer acabar com "essas orgias de proibições, essas prisões, essa loucura de trancar", afirmou Meuthen.
Às vésperas do provável aumento das restrições promovidas por Angela Merkel e pelos estados federais, o lema da AfD, divulgado neste sábado, é "Alemanha. Mas normal", ou seja, livre de regras anticovid.
mat/ylf/sba/af-pc/eg/bn
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