Califórnia aposta em Biden, e Hollywood tem recorde de arrecadações virtuais
Joe Biden em uma tela compartilhada com George Clooney; Kamala Harris em um jogo online com os super-heróis da Marvel.
As arrecadações virtuais de fundos com figuras de Hollywood e os líderes democratas resultaram em um fluxo de doações sem precedentes na Califórnia, o estado mais rico dos Estados Unidos, sempre considerado uma fonte de renda para o partido.
À medida que a disputa pela Casa Branca avança, ambas as campanhas organizam visitas em ritmo acelerado pelos estados-chave, notavelmente ausentes neste estado liberal, onde Biden está à frente de Trump por mais de 30 pontos.
Mas embora os californianos não possam mais influenciar nesta etapa da disputa com o seu voto, os democratas dizem que nunca viram um "boom" tão extraordinário na arrecadação de fundos e no ativismo de celebridades, mesmo quando a pandemia limita os eventos à internet.
Estrelas como os elencos de "Seinfeld", "Happy Days" e "The West Wing" realizaram reuniões online.
Steven Maviglio, um estrategista de Sacramento, estima que os dólares de arrecadação de fundos dos democratas da Califórnia são "quase o dobro do que eram há quatro anos", uma linha de base já elevada, dado o forte apoio a Hillary Clinton em 2016.
Contatos
A Califórnia é o maior contribuinte para os cofres de Biden. Os US$ 150 milhões que ele arrecadou no estado são um quinto do total de sua comissão de candidatos, segundo o Center for Responsive Politics.
Os registros da Comissão Federal de Eleições mostram as doações da Califórnia para Biden por um total de 130 milhões, um valor um pouco menor, o que reflete a natureza complexa do financiamento de campanhas.
Mas os dois valores superam os US$ 60 milhões arrecadados por Trump no estado.
Fora do Vale do Silício, Tinseltown continua sendo "a base de uma grande quantidade de dinheiro, de pessoas que se preocupam apaixonadamente pela política" e proporciona um poder fundamental, disse Maviglio.
Biden conta com a ajuda de fortes contatos em Hollywood que estabeleceu como senador e vice-presidente. Ele inclusive apareceu no palco do Oscar em 2016.
O diretor Steven Spielberg (que forneceu US$ 5,1 milhões) e o ator e produtor Seth MacFarlane (US$ 3,6 milhões) estão entre os principais doadores individuais democratas deste ano, segundo dados do CRP.
Apesar dos temores iniciais de que a pandemia sufocaria as arrecadações ao impossibilitar jantares e coquetéis, muitos estrategistas dizem que os eventos virtuais acabaram facilitando-os.
As celebridades, livres de horários de gravação complexos, não precisam mais estar todas no mesmo lugar ao mesmo tempo. Elas economizam para se vestir e não apertam centenas de mãos. Isso também funciona para os doadores ricos e ocupados.
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