Europa e América do Norte deveriam aprender sobre Covid-19 com a Ásia, diz OMS
Por Stephanie Nebehay e Michael Shields
GENEBRA (Reuters) - A Europa e a América do Norte deveriam seguir o exemplo de Estados asiáticos perseverando com medidas anti-Covid e colocando em quarentena qualquer um que tenha contato com pessoas infectadas, disse um especialista da Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta segunda-feira.
A região europeia da OMS, que inclui a Rússia, registrou até 8.500 mortes na última semana, e metade dos países viu um aumento de casos de 50%, disse Mike Ryan, principal especialista em emergências da entidade, em uma coletiva de imprensa.
Nos últimos meses, autoridades de Austrália, China, Japão e Coreia do Sul reduziram a disseminação detectando casos, isolando-os e colocando contatos em quarentena, disse ele.
Suas populações mostraram "níveis altos de confiança" em seus governos, que mantiveram as medidas em vigor por mais tempo.
"Em outras palavras, eles atravessaram a linha de chegada e além e continuaram correndo, porque sabiam que a corrida não tinha terminado, que a linha de chegada era falsa. Países demais colocaram uma linha de chegada imaginária, e quando a cruzaram isso pode ter desacelerado algumas de suas atividades", explicou Ryan.
"Os países da Ásia, do sul da Ásia, do Pacífico Ocidental que tiveram sucesso, na minha opinião, realmente continuam a seguir estas atividades essenciais", acrescentou.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, pediu que as autoridades perseverem na luta contra o vírus que já infectou 40 milhões e matou mais de 1 milhão, de acordo com a contagem mais recente da Reuters.
"Sei que existe uma fadiga, mas o vírus mostrou que, quando baixamos a guarda, ele pode ressurgir com uma velocidade alucinante e ameaçar hospitais e sistemas de saúde", disse Tedros.
Kim Sledge, da banda Sister Sledge, doará os lucros de uma versão especial da famosa canção "We Are Family" à OMS, informou a agência.
Sledge disse que a mensagem da canção teve um significado pessoal durante a pandemia: "Porque tenho dois familiares, meu marido e minha filha, que são médicos, que estão na linha de frente".
(Por Michael Shields e Stephanie Nebehay e Josephine Mason)
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