Confiança empresarial sobe 7,1 pontos em julho ante junho, diz FGV
"O avanço da confiança empresarial em julho mostra que a economia continua em trajetória ascendente no início do segundo trimestre após o baque do trimestre anterior. A boa notícia é a consolidação de tendência de melhora da percepção dos empresários com relação à situação atual dos negócios, com Indústria e Comércio atingindo níveis de satisfação mais próximos à normalidade. Mas há que se analisar esta tendência com alguma cautela uma vez que a incerteza continua elevada e mesmo os indicadores de expectativas, que saíram na frente, retratam hoje um sentimento que parece ser mais bem descrito como o de uma neutralidade sujeita a revisões. Ainda é cedo para se pensar em uma retomada consistente de investimentos, por exemplo", avaliou Aloisio Campelo Júnior, superintendente de Estatísticas Públicas do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
O Índice de Confiança Empresarial reúne os dados das sondagens da Indústria, Serviços, Comércio e Construção. O cálculo leva em conta os pesos proporcionais à participação na economia dos setores investigados, com base em informações extraídas das pesquisas estruturais anuais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a FGV, o objetivo é que o ICE permita uma avaliação mais consistente sobre o ritmo da atividade econômica.
Em julho, a melhora da confiança foi igualmente motivada por avanços nas expectativas e nas avaliações sobre a situação atual, a primeira vez desde o início da pandemia. O Índice de Expectativas (IE-E) subiu 7,4 pontos, para 89,8 pontos. O Índice de Situação Atual (ISA-E) aumentou 7,1 pontos, para 79,7 pontos.
O componente de Demanda Prevista para os próximos três meses avançou 7,8 pontos, enquanto o de Emprego Previsto em três meses aumentou 8,9 pontos. O item de Situação dos Negócios num horizonte de seis meses teve elevação de 6,1 pontos.
Em julho, houve melhora na confiança nos quatro grandes setores e em 90% dos 49 subsetores pesquisados.
"Uma das características marcantes da crise econômica de 2020 em todo o mundo é a forma poucas vezes vista com que o Setor de Serviços vem sendo impactado, em decorrência das medidas de isolamento social e do medo da população com a pandemia de covid-19. A crise não afeta de forma homogênea todo o setor, mas atinge de forma dramática segmentos importantes para o emprego como o de serviços prestados às famílias. No Brasil, a queda mediana de PIB do Setor de Serviços nas nove recessões anteriores a esta havia sido de apenas 1,4%, contra 10,4% da Indústria de Transformação. Se excluirmos o Comércio deste grande setor, responsável por cerca de 2/3 o PIB nacional, a queda mediana dos Serviços nas recessões anteriores chega a se anular", completou Aloisio Campelo Jr.
A coleta do Índice de Confiança Empresarial reuniu informações de 4.702 empresas dos quatro setores entre os dias 1º e 27 de julho.
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